Geraldo Alckmin diz que avalia extinguir Ministério do Trabalho se for eleito
Pré-candidato do PSDB à Presidência deu declaração durante entrevista à GloboNews. Alckmin não detalhou, contudo, se algum órgão herdará atividades da pasta.
Por Gustavo Garcia e Filipe Matoso, G1, Brasília
O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quinta-feira (2) que avalia a extinção do Ministério do Trabalho caso seja eleito.
A declaração foi dada durante entrevista à GloboNews, que, nesta semana, entrevista postulantes ao Palácio do Planalto nas Eleições 2018.
Alckmin defendeu a nova lei trabalhista e não detalhou se algum órgão herdará as atividades da pasta. Segundo o site oficial do governo, cabe ao ministério, por exemplo, definir e gerir as políticas de geração de emprego e de modernização das relações de trabalho, além da fiscalização e da política salarial.
"Imposto sindical é absurdo. [...] O Brasil tem 17 mil sindicatos, [dos quais] 11,5 mil sindicatos de trabalhadores e 5,7 mil sindicatos patronais. [O imposto sindical] não voltará, nós somos contra", afirmou o candidato.
"Aí que foi que eu entrei em extinguir o Ministério do Trabalho, que é uma ideia que nós estamos amadurecendo. Um governo deve sair o máximo que ele puder. Esse é um assunto dos trabalhadores [a manutenção dos sindicatos]. Como fazerem o seu sindicato, a sua representação poder ter meios de subsistência? É um assunto deles, dos trabalhadores, eles que vão decidir", completou.
Antes da nova lei trabalhista, que entrou em vigor no ano passado, o imposto sindical era obrigatório.
Mas, com a reforma aprovada pelo Congresso Nacional em 2017, essa regra caiu. Em junho deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) analisou o tema e rejeitou a volta da obrigatoriedade.
Ana Amélia como vice
Durante a entrevista à GloboNews, Alckmin foi questionado sobre a escolha da senadora Ana Amélia (PP-RS) como candidata a vice na chapa dele. O pré-candidato respondeu que a parlamentar é "extremamente séria, competente e dedicada".
Embora Ana Amélia tenha aceitado o convite de Alckmin, o colunista do G1 e da GloboNews Gerson Camarotti informou que o anúncio oficial só será feito após ela resolver a situação regional do PP no Rio Grande do Sul.
Isso porque o diretório estadual do partido decidiu apoiar a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência.
"Está decidido. Os cinco partidos do centro democrático, DEM, PP, PR, Solidariedade e PRB, delegaram a nós a escolha. Então, me permitiu essa escolha e nós estamos extremamente otimistas", afirmou Alckmin.
Outros temas
Saiba abaixo outros temas abordados pelo pré-candidato durante a entrevista à GloboNews:
- Posse de arma na zona rural: "Até os 16 anos de idade, nunca morei na cidade, só morei na zona rural. Sempre teve uma espingarda lá em casa. Você não tem viatura passando na porta de uma zona a trinta quilômetros de distância. Um lugar ermo, sozinho, você não tem telefone. Eu defendo posse de arma na zona rural, pelas circunstâncias da zona rural. Agora, óbvio que isso não vai resolver".
- Aumento de impostos: "Não pretendemos aumentar imposto. Como vamos fazer o ajuste? Pelo lado da despesa, com reformas e retomando a atividade econômica. [...]. Para o Brasil voltar a crescer, precisa ter investimento. Para ter investimento, precisa ter confiança".
- Apoio do 'Centrão': "Não é só tempo de TV. Nós temos no Brasil um quadro pluripartidário, o que é muito ruim. São 35 partidos, esta é a realidade. [...] Você precisa ter, desde Cruzeiro do Sul, no Acre, até o sul do Brasil, capilaridade e presença. Estamos fazendo aliança em torno de um projeto. Todo mundo sabe as reformas que eu defendo".
- Reformas: "Precisamos fazer uma reforma política com voto distrital misto e cláusula de desempenho ainda mais forte para termos menos partidos. [...] Vamos fazer reforma política, tributária e da Previdência. Todo mundo sabe o que eu defendo. Vou simplificar o modelo tributário e todo mundo sabe que eu defendo a reforma previdenciária".
- Déficit público: "Eu sei cortar gasto. Vou passar a tesoura. Tem que caber dentro do PIB o Estado que está aí. [...] Vamos reduzir o déficit primário em até dois anos, estamos fazendo todas as contas. Se passar de dois anos, vai ter problema macroeconômico".
- Incentivos fiscais: "Só de incentivo fiscal, [o Brasil concede] 4% do PIB, quase R$ 300 bilhões. Vou reduzir. Isso tem que pasasar por um pente-fino. Tem incentivos que são justificáveis, mas será que todos são? Tem que passar um pente-fino".
- Alckmin afirmou ser favorável às 10 medidas contra a corrupção; e defendeu a reforma da Previdência com regime geral para os setores público e privado e "longa transição", mas disse não ter definição sobre idade mínimapara aposentadoria