Justiça mantém medida socioeducativa para adolescentes envolvidos na morte de Dandara
No dia 15 de fevereiro, no Bairro Bom Jardim, Dandara do Santos, então com 42 anos, foi espancada até a morte.
Por G1 CE
04/10/2017 14h16 Atualizado há 19 horas
A Justiça estadual manteve a aplicação de medida socioeducativa para dois dos adolescentes acusados de participar da morte da travesti Dandara dos Santos, em fevereiro deste ano. A decisão, proferida nesta quarta-feira (4) pela 3ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) teve relatoria do desembargador Jucid Peixoto do Amaral.
De acordo com o desembargador, “a internação tem respaldo no artigo 122 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que estabelece que o ato infracional cometido mediante violência e grave ameaça à pessoa autoriza a internação”.
Pelo menos 12 pessoas tiveram alguma participação no crime, sendo quatro adolescentes. O assassinato foi registrado em vídeo e ganhou repercussão com os compartilhamentos nas redes sociais
1em cada 5 internos da Fundação Casa é reincidente; nº é recorde
Proporção de jovens que voltaram a praticar infrações se aproxima do que era registrado na Febem, extinta em 2006; falta de oportunidades fora da internação e falhas de acompanhamento pelo poder público agravam cenário, afirmam especialistas
Luiz Fernando Toledo, O Estado de S.Paulo
05 Outubro 2017 | 03h00
A adolescência de Bruno (nome fictício), de 14 anos, começou atrás das grades. Ele não tem ídolos, não assiste à TV e, das poucas vezes que foi à escola, na periferia de Atibaia, a 64 quilômetros da capital paulista, havia professor de menos e drogas demais, pelo que relata. Em fevereiro de 2016, foi internado na Fundação Casa pela primeira vez, por roubo com arma de brinquedo. Ficou 45 dias internado e saiu. Na rua, viu os colegas em ascensão no tráfico e foi apreendido novamente. Na segunda e na terceira vez, foi pego por tráfico de drogas, infração cometida por 40% dos internos.
“Achava que teria uma vida boa. Mas até agora só o que eu consegui foi chegar a lugar nenhum”, conta o jovem, que neste ano cumpre a terceira internação. Os pais de Bruno também têm envolvimento com o tráfico e já foram presos.
Casos semelhantes têm preocupado as autoridades. A proporção de reinternações no sistema socioeducativo paulista bateu recorde este ano e já atingiu o maior patamar desde 2007, primeiro ano que funcionou a Fundação Casa. A taxa se aproxima, ano a ano, ao que era o índice da antiga Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem).
Para especialistas, falhas no diálogo entre órgãos responsáveis por políticas socioeducativas e no acompanhamento dos jovens liberados explicam o quadro. A atribuição não é só do governo estadual. Desde 2010, cabe aos municípios coordenar as medidas socioeducativas sem privação de liberdade, como advertência e prestação de serviços comunitários. A crise econômica no País, que reduz as oportunidades de emprego aos jovens mais pobres, também contribui.
Em 2017, segundo levantamento obtido com exclusividade pelo Estado, 21,93% dos internos já haviam passado pela Fundação Casa outra vez. É praticamente o dobro da taxa de 2010, quando 12,80% reincidiram - mínimo registrado desde o início da Fundação Casa. Em 2006, último ano da Febem, o índice de jovens que voltaram a cometer infrações foi de 29%. Já o tempo médio de internações tem caído. Em 2013, foram 261 dias, ante 244 neste ano.
A Fundação Casa foi criada justamente para ampliar o atendimento socioeducativo e evitar o encarceramento. Assim, a ideia era de oferecer chance real de reinserção, impedindo que os jovens, quando adultos, migrem para o sistema prisional. A redução da maioridade penal teve discussão retomada no Senado.
“A reinternação se deve à ineficácia das medidas socioeducativas. Não recuperam e não reintegram de modo saudável”, critica Tiago de Toledo, promotor da Infância e Juventude do Ministério Público Estadual. “Em seis ou sete meses é possível recuperar um adolescente?”
Os adolescentes, na maioria pobres, enfrentam falta de opções efetivas - de estudos e de emprego - na vida após a internação. “Do jeito que está, muitos preferem até continuar na unidade, porque ao menos lá têm comida, podem praticar esporte e ter um lugar decente para dormir”, diz Ricardo Cabezón, presidente da Comissão de Direitos Infantojuvenis da seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “Muitas vezes o adolescente entra na fundação e está devendo ao traficante. Quando volta para a favela, tem de acertar a dívida ou vai morrer.”
Vício. A facilidade de conseguir dinheiro com delitos e a ausência da família são citadas pelos internos como motivos para repetirem infrações. Felipe (nome também fictício), de 18 anos, outro interno em Atibaia, se viciou em maconha e lança-perfume após perder o pai, aos 13 anos. A mãe, empregada doméstica, ficava o dia inteiro fora de casa. E o irmão mais velho já era viciado em drogas. “Eu usava para não ficar solitário, para poder enturmar. E o uso me fez vender também. Quando vi que podia ganhar R$ 600 em uma noite, subiu à cabeça”. Na escola, perdeu o foco. “Quando saí, já estava viciado. Só via droga na mente”, diz o rapaz, que sonha em ser músico.
“A maioria dos que recebemos estão evadidos da escola. Alguns não sabem nem ler e escrever. Para recuperá-los, é preciso recuperar primeiro esse vínculo, com a escola e a família”, afirma a diretora da unidade de Atibaia, Marili Angelo.
Total de jovens acusados por homicídio diminui 93%
O número de adolescentes acusados de homicídio internados no Estado caiu de 476, em 2006, quando ainda havia a Febem, para 32, neste ano, já na Fundação Casa. A redução é de 93%. Considerando que o número de internos cresceu no período, a proporção caiu de 8,02% do total de atos infracionais cometidos em 2006 para 0,35% neste ano.
A Comissão de Constituição e Justiça do Senado adiou, no dia 27, a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos para crimes hediondos. O projeto só poderá voltar à pauta no fim de outubro. A mudança seria para crimes como latrocínio, extorsão, estupro, favorecimento à prostituição e exploração sexual de crianças, adolescentes e vulneráveis e ainda homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte e reincidência em roubo qualificado.
Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) já se declarou defensor do aumento do tempo máximo de internação no sistema socioeducativo, de três para oito anos no caso de infrações graves.
Perfil. Em São Paulo, atos infracionais considerados graves, exceto roubo qualificado, segundo dados da Fundação Casa, atingem 2% do total de internos. Tráfico e roubo são os delitos mais comuns. A quantidade de jovens que respondem por roubo qualificado (com uso de arma de fogo, por exemplo) atingiu 41,65% neste ano. E, por tráfico de drogas, são 41,53%.
Outro levantamento foi concluído pelo Ministério Público paulista em setembro e considera atos infracionais entre agosto de 2014 e agosto deste ano na capital. O estudo revela maior incidência entre jovens com 16 e 17 anos, em comparação com os mais novos. Dentre 7,6 mil casos de tráfico na cidade, 5,3 mil (70,3%) foram cometidos por jovens na faixa etária mais velha ante 2,2 mil (29,7%) entre menores de 16 anos.
“O número de crimes graves, como o roubo qualificado, tem crescido muito”, diz Tiago Toledo, promotor da área da Infância. O furto qualificado aparece com 862 casos, sendo 62,5% cometidos por jovens de 16 anos ou mais.
Senado quer preso no semiaberto em caso de superlotação
O plenário do Senado aprovou nesta um projeto de lei que promove uma reforma ampla na Lei de Execução Penal, proposta por uma comissão de juristas formada em 2012. As mudanças vão desde o direito à progressão antecipada de regime para presos em cadeias superlotadas ao estabelecimento de parâmetros quantitativos para definir se drogas apreendidas eram para consumo pessoal ou não. O texto foi enviado para apreciação da Câmara dos Deputados.
Os objetivos são reduzir a superlotação, o excesso de presos provisórios no sistema penitenciário e facilitar a ressocialização de internos, de acordo com os parlamentares.
O Projeto de Lei do Senado 513/2013 prevê, por exemplo, que os presos passem a ser remunerados pelo trabalho no cárcere com base no salário mínimo (e não mais em três quartos do valor) e adota oficialmente as audiências de custódia, reguladas hoje por resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O projeto também sugere que sejam criados incentivos fiscais para empresas que contratarem presos e egressos de presídios. /COLABOROU FELIPE FRAZÃO
Nova diretoria do CONASSE para o biênio 2017/2019..
Aldo presidente
Cristiano vice
Jackson secretário geral
Alex diretor financeiro
Dirceu jurídico
Guimarães diretor de comunicação
Corregedoria determina novo procedimento para controle de internações provisórias
Medida da CGJ prevê o encaminhamento de informações sobre os internos do sistema socioeducativo.
Assessoria TJ-RO (Imagem ilustrativa) Publicada em 04 de outubro de 2017 às 11:26
A Corregedoria-Geral da Justiça (CGJ) determinou novo procedimento para controle das internações provisórias de adolescentes nas unidades de Rondônia. A decisão está prevista no Provimento 017/2017, publicado no Diário Oficial 180 da última quinta-feira (28)..
O monitoramento do ingresso de adolescentes em conflito com a Lei tem objetivo de observar o prazo máximo estabelecido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Os dados deverão ser inseridos em uma planilha com número do processo, nome, data de internação, quantidade de dias internados e justificativa..
O registro diário ou semanal deve ser feito pelos juízes da Infância e Juventude competentes na execução das medidas socioeducativas. As unidades deverão encaminhar a relação de adolescentes internados provisoriamente há mais de 45 dias à CGJ até o 5º dia útil de cada mês. No documento também devem ser indicadas as medidas adotadas em relação aos internos..
O controle de monitoramento estabelecido pela CGJ está fundamentado na Meta 5 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que dispõe sobre o controle de prazos no sistema socioeducativo
Com forte apoio popular, projetos contra o desarmamento aceleram para incluir plebiscito na eleição de 2018
Mariana Alvim - @marianaalvimDa BBC Brasil em São Paulo
Compartilhe este post com EmailCompartilhe este post com FacebookCompartilhe este post com TwitterCompartilhe este post com Whatsapp
Antes, durante e depois da aprovação do Estatuto do Desarmamento, em 2003, a legislação que controla as armas de fogo no Brasil tem sido alvo de disputas. Com o crescimento das redes sociais e a aproximação da eleição de 2018, o tema voltou com força.
Pelo menos três projetos legislativos - entre as dezenas de propostas no Congresso que tentam alterar ou até extinguir o estatuto por meio de plebiscito em 2018 - contam hoje com grande apoio de ferramentas de participação popular no Congresso para seguir em frente.
Defensores da revisão do Estatuto do Desarmamento argumentam que a legislação atual é muito restritiva no acesso de civis às armas e que se este acesso fosse ampliado, a crescente violência no país poderia ser contida.
"Com o estatuto, o uso de armas de fogo foi legalizado para os bandidos. O número de mortes por armas de fogo só aumentou no país. Antes, a violência só estava nos grandes centros, mas hoje está no Brasil inteiro", defende o senador Wilder Morais, autor de um dos projetos que tramitam no Congresso sobre o estatuto.
Um dado comumente citado por defensores de um acesso ampliado de civis a armas é o do aumento dos homicídios no Brasil desde a aprovação do estatuto. Segundo o Atlas da Violência 2017, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), os homicídios no Brasil passaram de 48,1 mil em 2005 para mais de 59 mil em 2015 (com uma média anual de 53,5 mil homicídios no período).
O dado, porém, é lido de outra forma por defensores da legislação atual, para quem o estatuto contribuiu para desacelerar a escalada dos homicídios no país. É o que diz o Mapa da Violência 2016, estudo desenvolvido pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz.
Considerando que as armas de fogo são responsáveis por cerca de 70% dos homicídios no país, o trabalho afirma que, entre 1980 e 2003, o crescimento dos homicídios por armas de fogo cresceu 8,1% ao ano. Mas de 2003 a 2014, a escalada desacelerou, com crescimento de 2,2% ao ano. "O estatuto e a Campanha do Desarmamento, iniciados em 2004, constituem-se em um dos fatores determinantes na explicação dessa quebra de ritmo", diz o estudo.
Ivan Marques, diretor do Instituto Sou da Paz, ONG que se propõe a assessorar o poder público na implementação de políticas para reduzir a violência, defende que os volumosos números de mortes não sejam colocados apenas na conta do controle de armas. "O homicídio é um fenômeno complexo. Não há solução simples: ela passa por investigação, pela melhora na perícia, na taxa de esclarecimento de crimes", afirma.
O instituto aponta, inclusive, que o estatuto pode ser melhor aplicado, com aprimoramentos como o reforço de campanhas de entrega voluntária de armas pela população e uma melhor de gestão de dados sobre as armas no Brasil.
Como outros defensores da legislação em voga, Marques teme que a ampliação ao acesso às armas pela população possa intensificar a violência no país: "Ampliar o porte, especificamente, é muito problemático. Isso não é segurança pública. Eu não gostaria de viver nessa sociedade."
Mas, para aqueles que atacam o estatuto, o povo brasileiro fez sua escolha pelo acesso às armas no referendo (que se diferencia do plebiscito por ser realizado após a aprovação de uma regra legislativa) realizado em 2005. O referendo perguntava se "o comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil", e a resposta de 63% dos brasileiros foi pelo não.
Segundo projeto do deputado Rogério Peninha (PMDB-SC), que tenta revogar o estatuto, o resultado "externou seu [da população] maciço descontentamento para com a norma, repudiando veementemente a proibição ao comércio de armas no país e, por conseguinte, toda a estrutura ideológica sobre a qual se assentou a construção da Lei".
O comércio foi mantido, ainda que com uma série de exigências por parte dos interessados em adquirir e possuir armas e munições. Segundo Peninha, estas exigências não são objetivas, dificultando "muito" o acesso da população.
O estatuto - que começou a ser moldado durante a Presidência de Fernando Henrique Cardoso e foi aprovado no governo Lula - abarca, porém, muitos outros temas além da comercialização. A legislação centraliza o controle das armas na Polícia Federal e no Exército; exige a comprovação pelo requerente - avaliada pela PF -, de que tem "efetiva necessidade" da arma de fogo; e tipifica o tráfico de armas como crime específico, além de aumentar a pena para o crime de porte ilegal de arma de fogo, entre outros.
E não é só no Brasil que o tema causa divisões. Nos Estados Unidos, onde é regulado por leis estaduais, ele polariza a sociedade há tempos e sempre é abordado em campanhas eleitorais. O assunto voltou à tona com força nesta semana após um atirador matar pelo menos 59 pessoas em show em Las Vegas, no domingo. Foi o tiroteio mais letal da história do país. Democratas como a ex-candidata Hillary Clinton pediram, após o episódio, um endurecimento das leis que controlam as armas no país - onde matanças provocadas por atiradores solitários têm sido uma constante.
No Brasil, os projetos legislativos mais pertos da votação em plenário seguem na direção oposta. Apresentado em 2012, o projeto do deputado Peninha pretende revogar o Estatuto do Desarmamento. O PL 3722/2012 é a segunda proposta com maior procura do Disque Câmara neste ano - com 861 manifestações a favor e apenas sete contrárias.
No canal, a proposição fica atrás apenas da quantidade de manifestações recebidas sobre a PEC 287/2016, que reforma a Previdência Social, com 1.100 manifestações.
Outra ferramenta de participação popular da Câmara também tem chamado a atenção dos brasileiros ao PL. Na Pauta Participativa, lançada no último dia 12 pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, internautas escolhem pautas a serem levadas à votação no plenário. Na primeira rodada, encerrada na semana passada, participantes foram convidados a escolher projetos relacionados à política, saúde e segurança.
No quesito segurança, o projeto de Peninha foi o mais votado dentre os seis candidatos para ir a plenário, com saldo positivo de mais de 5,2 mil votos. Em segundo lugar, está outro projeto relacionado a armas de fogo - que amplia a possibilidade de porte para moradores de áreas rurais.
O projeto defendido por Peninha, entre outras coisas, altera para 21 anos a idade mínima (hoje em 25) para posse de armas por civis; valida o registro de armas permanentemente (atualmente, é preciso renovação periódica); e amplia para os civis o porte de armas - para que possam portá-las fora do local de residência ou trabalho - mediante alguns requisitos.
"O projeto está prontinho para ir ao plenário. Colocar na pauta foi um compromisso do Rodrigo Maia em sua eleição [para a presidência da Casa]", disse o deputado Peninha à BBC Brasil. "Depois do Estatuto do Desarmamento, sem dúvida a violência só aumentou. Vimos que caiu o uso de armas por cidadãos de bem, enquanto os criminosos ampliaram o acesso a elas."
Para ele, é inadequado relacionar o atentado em Las Vegas à legislação de controle de armas.
"Na França, não faz muito tempo, um maluco usou um caminhão para matar 80 pessoas [em julho de 2016, um caminhão matou 87 pessoas atropeladas na comemoração do Dia da Bastilha na cidade francesa de Nice]. Não é a legislação que vai impedir um maluco de fazer o crime", aponta Peninha. "De qualquer forma, não queremos uma legislação flexível como é nos Estados Unidos. Vamos abrandar algumas coisas, mas não vamos chegar perto do que é lá."
O Pauta Participativa, ferramenta que pode alçar o projeto de Peninha ao plenário, é, porém, alvo de críticas pelo diretor do Sou da Paz. "Não há transparência dos critérios para a escolha dos projetos aptos a serem votados. Também não sabemos se há mecanismos para conter o mau uso da ferramenta - por exemplo, se há robôs votando. Em um momento em que o Brasil poderia discutir de maneira mais estruturada e qualificada a segurança pública, são colocados para votação projetos polêmicos e com teor popular", diz Marques.
Por nota, a Câmara dos Deputados afirmou que a ferramenta apresenta projetos que "já preencheram todos os requisitos do processo legislativo para votação em Plenário", combinando, por escolha de parlamentares e técnicos, "propostas de grande apelo popular, demandas de setores específicos e projetos que estimulem a formação política dos cidadãos".
A Casa afirmou ainda que exige o cadastro e validação de conta do usuário, além do recurso reCAPTCHA, para conter a participação de robôs. "A ideia foi dar segurança contra participações automatizadas, mas não colocar excessos de controles que inibissem a participação. Vale destacar que essa mesma linha é adotada por várias soluções de consulta popular de natureza similar, como o e-Cidadania, do Senado Federal, e o portal de petições públicas do Parlamento Britânico", escreveu a assessoria da Câmara à BBC Brasil, afirmando também que os projetos vencedores na primeira rodada serão encaminhados ao plenário "em breve".
Também no Senado
Outro projeto que busca revogar o Estatuto do Desarmamento e que se mostrou popular nas ferramentas de consulta do Congresso é o de autoria do senador Wilder Morais (PP-GO) que propõe a convocação de um plebiscito a ser realizado junto com as eleições de 2018.
Em enquete no portal e-Cidadania do Senado, a proposta tem apoio de mais de 231 mil votos. Há apenas 9,5 mil posicionamentos contrários.
"O eleitorado será chamado a responder 'sim' ou 'não' às seguintes questões: I - 'Deve ser assegurado o porte de armas de fogo para cidadãos que comprovem bons antecedentes e residência em área rural?'; II - 'O Estatuto do Desarmamento deve ser revogado e substituído por uma nova lei que assegure o porte de armas de fogo a quaisquer cidadãos que preencham requisitos objetivamente definidos em lei?'", diz um trecho do projeto.
Recentemente, o Senado recebeu outro projeto, do senador Cidinho Santos (PR-MT), que também propõe a convocação em 2018 de plebiscito "para consultar o povo sobre porte de arma de fogo e munição".
"O projeto que avançar primeiro, na Câmara ou no Senado, está bom. Ninguém aguenta mais", afirma o senador Wilder Morais, que se diz "muito confiante" sobre a tramitação de seu projeto.
Morais também refuta a defesa do controle de armas motivada por ataques como o que aconteceu no domingo em Las Vegas.
"Poderia ter sido com uma bomba, um caminhão, qualquer coisa. Ele [o autor do tiroteio em Las Vegas, Stephen Paddock] queria matar: quando você quer fazer um negócio desses, ninguém segura. Ele foi covarde, atirou de cima e se suicidou. Se tivesse atirado de baixo, isso não teria acontecido", diz o senador, justificando que o ataque poderia ter sido contido por outras pessoas armadas em solo.
Neste ano, também no Senado, a Comissão de Direitos Humanos chegou a analisar uma proposta feita por um cidadão alagoano no e-Cidadania, que pedia a revogação do Estatuto do Desarmamento. A "sugestão popular", como é chamado este tipo de projeto, foi rejeitada pela comissão em maio, mas chegou inicialmente à casa após o apoio de 20 mil votos no portal.
Procurado pela reportagem, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) preferiu não se posicionar sobre os requisitos e cronogramas necessários para uma eventual realização de plesbiscito em 2018.
Mudanças em curso
Por meio de decretos e portarias, porém, o presidente Michel Temer já alterou alguns dispositivos do estatuto. Por exemplo, a renovação do registro da arma passou de três para cinco anos, e armas apreendidas, antes destruídas, podem ser agora doadas para órgãos de segurança pública e para as Forças Armadas.
Além de parte importante da base aliada de Temer, grupos como o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Partido Novo também se dizem contrários ao estatuto do desarmamento.
Para Ivan Marques, tal pauta é aquecida com a aproximação das eleições.
"Em meio a uma crise de segurança pública, os deputados se aproveitam para trazer essa solução fácil, de que armar melhoraria a situação. Isso é eleitoreiro e ineficaz", aponta Ivan Marques. "O brasileiro não aguenta mais, mas essa é uma discussão que precisa ser feita com evidências científicas
PEC que cria Polícia Penal passa na 3º sessão e vai para plenário em segundo turno
PEC 14/16 que transforma agentes penitenciários em policiais penais acaba de passar na terceira sessão do Senado e vai para deliberação do plenário para votação em segundo turno. Mais um etapa vencida, se aprovada no plenário do Senado segue para a Câmara dos Deputados onde deve seguir o mesmo rito, quiçá mais laborioso, número maior de legisladores. O reconhecimento constitucional da carreira é uma reivindicação antiga e dá passos para ser concretizada.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria as polícias penitenciárias federal, estaduais e distrital está pronta para ser votada em segundo turno no Plenário do Senado.
A matéria (PEC 14/2016), de autoria do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), cumpriu sua terceira e última sessão de discussão em segundo turno durante a ordem do dia desta terça-feira (3). Se aprovada no Senado, a proposta seguirá para a análise da Câmara dos Deputados.
Hoje lamentávelmente completa um ano do assassinato do servidor da fundação casa Francisco Calixto, da casa Marília, onde o mesmo comemoraria hj 52 anos de idade, uma data sem comemoração, uma data pra não ser nunca mais esquecida, e sim lembrada por amigos e parentes.
Essa data entrou pra história, onde um homem de família, amigo e trabalhador foi brutalmente assassinado no seu local de serviço, nós companheiros de serviço hoje e sempre ficaremos indignados por tamanha covardia pelos autores do ato.
E também sabemos que a justiça será cega, e que daqui a pouco os autores desse assassinato estarão na rua com a ficha limpa, e prontos pra cometerem outros tipos de delitos, a lei é muito falha, os órgãos competentes nada fazem pra melhorar nossos locais de trabalho, e cada dia mais veremos companheiros de serviço sendo assassinado dentro e fora dos locais de trabalho.
Isso quando não são espancados e ameaçados sem poderem ao mínimo se defender, essa nota de indignação vem só não do blog agentes na Net, e sim da socioeducação de todo o Brasil, onde queremos mais segurança e melhores condições de serviço nos locais onde trabalhamos.
Esperamos que as autoridades competentes tomem as devidas providências pra que assassinatos como esse não se repita.
E nós amigos, famíliares e companheiros de serviço, no dia de hoje estamos todos tristes com a morte do Francisco Calixto, deixou uma eterna tristeza em nosso coração.
Os meus mais sentidos pêsames para toda sua família, pela perda do seu ente querido. Que estas palavras possam servir de algum conforto a todos vocês em hora tão terrível.
Saibam que o meu pensamento está com todos vocês e da mesma forma a minha total disponibilidade. Tenham muita força! Quem partiu foi muito amado e para sempre será lembrado por quem ficou e por ele sentirá eternas saudades