Fundação Casa aciona polícia contra
servidores por 4.138 faltas com atestado
em um ano
Instituição pede investigação sobre ausências que, caso
indevidas, teriam levado a prejuízo de R$ 735 mil
A Fundação Casa apresentou notícia-crime ao Departamento de
Proteção à Cidadania da Polícia Civil de São Paulo para que um
número que considerou fora do comum de atestados médicos
apresentados por servidores seja investigado.
Na peça, a Fundação diz que realizou análise minuciosa do "alto
grau de absenteísmo" e se deparou "com um número exorbitante
de atestados médicos que amparam ausências justificadas para os
mesmos servidores".
Isso se aplica especialmente para os cargos de agentes de apoio
socioeducativos, que trabalham em regime de escala 2 por 2, ou
seja, dois dias trabalho para dois dias de folga.
Na notícia-crime, a Fundação Casa mostra uma tabela com 20
servidores que, entre maio de 2021 e abril de 2022, apresentaram
dezenas de atestados médicos e se ausentaram por mais dias do
que trabalharam. Um dos servidores apresentou 97 atestados,
seguido por outros com 83 e 81.
O que mais se ausentou esteve fora do trabalho por atestado
médico durante 242 dias, número muito maior que os 187 dias que
deveria ter trabalhado.
Segundo a apuração, os 20 funcionários (18 deles agentes de
apoio socioeducativos) somaram 4.138 dias de ausências
justificadas por atestados médicos conjuntamente. Caso tenham
sido de fato indevidas, as faltas teriam resultado em prejuízo de
R$ 735 mil, estima a Fundação.
A peça detalha que esses servidores não ultrapassam 15 dias de
afastamento e apresentam CIDs (Código Internacional de
Doença, que especifica a enfermidade) diversos e não
relacionados, o que impede que sejam enviados para perícia no
INSS. Um dos servidores em questão, por exemplo, teria
apresentado 55 atestados com 28 CIDs diferentes, diz o texto.
A Fundação Casa expõe na peça três processos administrativos
recentes que, após apuração, levaram à conclusão de que
atestados médicos entregues por servidores eram falsos, o que
resultou em demissão por justa causa.
Um dos servidores, diz a peça, postou imagens em carreata
eleitoral no dia em que estaria com pedra no rim. Nos outros dois
casos, as respectivas instituições de saúde não reconheceram os
atestados.
A instituição pede que a Polícia Civil investigue o caso e chame
representantes da Fundação Casa e testemunhas para que sejam
ouvidos.
Instituição pede investigação sobre ausências que, caso indevidas, teriam levado a prejuízo de R$ 735 mil
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