quinta-feira, 9 de junho de 2022

Fundação Casa aciona polícia contra servidores por 4.138 faltas com atestado em um ano

Fundação Casa aciona polícia contra 

servidores por 4.138 faltas com atestado 

em um ano

Instituição pede investigação sobre ausências que, caso 

indevidas, teriam levado a prejuízo de R$ 735 mil

A Fundação Casa apresentou notícia-crime ao Departamento de 

Proteção à Cidadania da Polícia Civil de São Paulo para que um 

número que considerou fora do comum de atestados médicos 

apresentados por servidores seja investigado.

Na peça, a Fundação diz que realizou análise minuciosa do "alto 

grau de absenteísmo" e se deparou "com um número exorbitante 

de atestados médicos que amparam ausências justificadas para os 

mesmos servidores".

Isso se aplica especialmente para os cargos de agentes de apoio 

socioeducativos, que trabalham em regime de escala 2 por 2, ou 

seja, dois dias trabalho para dois dias de folga.

Na notícia-crime, a Fundação Casa mostra uma tabela com 20 

servidores que, entre maio de 2021 e abril de 2022, apresentaram 

dezenas de atestados médicos e se ausentaram por mais dias do 

que trabalharam. Um dos servidores apresentou 97 atestados, 

seguido por outros com 83 e 81.

O que mais se ausentou esteve fora do trabalho por atestado 

médico durante 242 dias, número muito maior que os 187 dias que 

deveria ter trabalhado.



Segundo a apuração, os 20 funcionários (18 deles agentes de 
apoio socioeducativos) somaram 4.138 dias de ausências 
justificadas por atestados médicos conjuntamente. Caso tenham
sido de fato indevidas, as faltas teriam resultado em prejuízo de 
R$ 735 mil, estima a Fundação.
A peça detalha que esses servidores não ultrapassam 15 dias de 
afastamento e apresentam CIDs (Código Internacional de 
Doença, que especifica a enfermidade) diversos e não 
relacionados, o que impede que sejam enviados para perícia no 
INSS. Um dos servidores em questão, por exemplo, teria 
apresentado 55 atestados com 28 CIDs diferentes, diz o texto.
A Fundação Casa expõe na peça três processos administrativos 
recentes que, após apuração, levaram à conclusão de que 
atestados médicos entregues por servidores eram falsos, o que 
resultou em demissão por justa causa.
Um dos servidores, diz a peça, postou imagens em carreata 
eleitoral no dia em que estaria com pedra no rim. Nos outros dois 
casos, as respectivas instituições de saúde não reconheceram os 
atestados.
A instituição pede que a Polícia Civil investigue o caso e chame 
representantes da Fundação Casa e testemunhas para que sejam 
ouvidos.




Instituição pede investigação sobre ausências que, caso indevidas, teriam levado a prejuízo de R$ 735 mil







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