Anderson Lacerda Pereira, conhecido como "Gordão", era procurado desde 2017 e tinha o nome na Interpol há dois anos. Ele foi preso na segunda-feira (5) em um restaurante de Poá.
Por g1 Mogi das Cruzes e Suzano
Imagem aérea do sítio do traficante em Santa Isabel — Foto: Reprodução/TV Globo
Apesar de se hospedar em diferentes motéis para se esconder da polícia, o traficante Anderson Lacerda Pereira, conhecido como Gordão, tinha várias casas de alto padrão em Arujá e um sítio em Santa Isabel na Região Metropolitana de São Paulo. Ele foi preso na segunda-feira (5), em um restaurante de Poá.
Procurado pela polícia há mais de cinco anos, ele tinha o nome na Interpol desde 2020 e é acusado de enviar cocaína para países da Europa e de fraudar compras públicas na área da saúde na Grande São Paulo.
Traficante conhecido como Gordão foi preso pela polícia em SP — Foto: Reprodução/TV Globo
Ele ficou conhecido no mundo do crime em 2014, quando intermediou uma venda de cocaína entre Marcola, chefe do PCC, facção que atua de dentro e fora dos presídios no país, e uma temida máfia italiana.
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Sítio paradisíaco
Na cidade de Santa Isabel fica o sítio Guamuchilito que, segundo a polícia, pertence ao traficante. O nome da propriedade é o mesmo da cidade mexicana onde nasceu o traficante mexicano Amado Carrilo Fuentes, mais conhecido como senhor dos céus por ter uma frota de aviões para transportar droga. Ele morreu em 1997 aos 41 anos.
Sítio de Santa Isabel tinha macacos, araras e jacarés — Foto: Reprodução/ TV Globo
Na propriedade, Anderson Lacerda Pereira criava animais como macacos, araras e jacarés. O sítio lembra a fazenda que Pablo Escobar, um dos narcotraficantes mais conhecidos e violentos do mundo, tinha na Colômbia. Escobar morreu em 1993 aos 44 anos. No local, ele tinha hipopótamos, camelos e até elefante.
Investigações da polícia apontam que Anderson ficou milionário com a venda de drogas e comprou dezenas de casas e mansões em nome de outras pessoas.
Uma das casas que, de acordo com a polícia, o traficante tem em Arujá — Foto: Reprodução/ TV Globo
Pelo menos duas das casas tinham bunkers, salas onde ele e os comparsas podiam se esconder. Em um imóvel que estava em construção, a polícia encontrou não só um bunker, mas um túnel no subsolo. Com 50 metros de comprimento, o túnel serviria como rota de fuga e terminava do lado de fora do condomínio, em uma área de mata.
Gordão também abriu clínicas médicas e odontológicas a maioria em nome de laranjas. De acordo com a polícia, elas eram usadas para lavar dinheiro do crime, conseguir medicamento seguindo a lei, mas para usar na produção de cocaína e socorrer criminosos feridos sem obrigação de avisar a polícia.
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