quinta-feira, 8 de agosto de 2024

Estabilidade, burocracia e salários: veja mitos e verdades sobre o serviço público

 

Ingresso no funcionalismo demanda atenção para afastar mitos sobre atividade


Estabilidade, burocracia e salários: veja mitos e verdades sobre o serviço público
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Extra

Por Gustavo Silva

No dia 18 de agosto, o Concurso Nacional Unificado (CNU) terá provas aplicadas em 220 cidades brasileiras. Foram confirmadas 2,14 milhões de inscrições,para uma oferta de 6.640 vagas de níveis médio, técnico e superior, abrangendo diversas especialidades em 21 órgãos federais. Ao optar por uma seleção assim, o candidato busca estabilidade, além de salário competitivo, oportunidade de progressão na carreira e planos de saúde e aposentadoria. Mas o que é de fato verdade dentro do serviço público?

Os processos seletivos podem ser prolongados e altamente competitivos, o que exige dedicação e preparação. Para isso, é importante distinguir o que é real a respeito de funções e carreiras, para não se arrepender da escolha.

Verdades

João Paulo Ribeiro, servidor público federal há mais de 15 anos, compartilha algumas verdades sobre o funcionalismo público.

— Não há atrasos de salários, pois os gestores do serviço público municipal, estadual e federal garantem que os vencimentos estejam sempre em dia, o que nos permite uma organização financeira confiável — diz.

A exceção fica por conta de crises, como a que viveu o Estado do Rio no final da era Sérgio Cabral/Pezão. Outra verdade, segundo ele, é a confiança no emprego, que permite ao trabalhador se planejar seu futuro.

Victor Dalton, funcionário da Câmara dos Deputados ressalta o dinamismo da atividade do servidor.

— O trabalho no serviço público não é burocrático nem enfadonho. Existem diversas atribuições que são extremamente dinâmicas, que não são nem um pouco entediantes, por assim dizer. São trabalhos que não se repetem — afirma.

Mitos

Há também outras questões a serem desmistificadas. Uma das mais comuns é a ideia de que o funcionário público não trabalha.

— Na verdade, trabalha e trabalha muito — diz Carlos Costa, professor do Gran Concursos e servidor há 20 anos: — Houve épocas em que, todos os dias, eu trabalhava muito mais do que as oito horas diárias de expediente.

Também é importante dizer que, diferentemente do que muita gente pensa, o servidor não faz a mesma coisa todos os dias.

— É uma mentira pensar que a pessoa vai ficar sentada numa cadeira, parada, fazendo mais do mesmo — complementa Costa.

Ainda existe o mito de que quem entra no serviço público não sai, já que tem emprego garantido para o resto da vida.

— Dizer que a estabilidade é inquestionável é uma mentira. Se cometer certas falhas previstas na legislação ou no Regime Jurídico Único do estado, do município ou da União, o funcionário responde a um processo administrativo e pode ter como penalização a demissão (exoneração), perdendo o cargo.

Caminho para satisfação é o planejamento

Como funcionário público, uma das maiores vantagens é poder planejar a vida, aponta Rodrigo Lelis, analista processual da Procuradoria-Geral do Estado do Rio de Janeiro (PGE):

— Se você for um servidor público que cumpre as suas tarefas e respeita o seu código de ética e o seu estatuto, você consegue fazer planos de longo prazo, porque não vai ser demitido.

Juliana Saboia, mentora de carreira e negócios, destaca que a trajetória no funcionalismo é desafiadora desde a escolha da área de atuação:

— Construir uma carreira como concursado requer um planejamento estratégico bem elaborado, onde os candidatos devem identificar áreas de interesse e aptidões.

Nesse processo, é preciso considerar aspectos como demanda profissional na área, perspectivas de crescimento e realização pessoal.

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