De acordo com a secretária estadual de Meio Ambiente, preço ofertado pela Equatorial ficou dentro do preço mínimo estabelecido
A Equatorial Energia foi a única finalista no processo de disputa por um investidor estratégico no âmbito da privatização da Sabesp, com uma oferta de R$ 6,9 bilhões pela participação de 15% na companhia paulista de saneamento, mostrou fato relevante divulgado nesta sexta-feira (28).
O investimento representa um preço por ação de R$ 67, abaixo do valor de fechamento dos papéis da Sabesp nesta sexta-feira, de R$ 74,97.
De acordo com a secretária estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo, Natalia Resende, o preço ofertado pela Equatorial ficou dentro do preço mínimo estabelecido durante o processo de definição das condições para a oferta de ações. Esse preço, no entanto, só será divulgado após a liquidação da operação, em 22 de julho.
“Agora a gente parte para a questão da cobertura mínima”, disse Resende durante coletiva de imprensa. A cobertura mínima, já definida, também só será revelada após liquidação.
O anúncio sobre a Equatorial como única concorrente era amplamente esperado, uma vez que havia informações de que a companhia de energia teria sido a única a formalizar uma proposta pela posição de “investidor estratégico” na Sabesp.
Segundo fontes disseram à Reuters, a empresa de saneamento Aegea também esteve interessada na oferta de ações, mas não chegou até a disputa, que previa até dois finalistas.
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Participação do governo
A gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) pretende reduzir sua participação na companhia dos atuais 50,3% para cerca de 18%, enquanto o acionista de referência será dono de uma fatia de 15%, que deverá ser mantida até o final de 2029.
A participação restante de 17% será ofertada para investidores em geral, incluindo pessoas jurídicas e físicas.
O “bookbuilding” e oferta de varejo estão marcados para ocorrer de 1º a 15 de julho. A precificação será em 18 de julho.
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A jornalistas, Tarcísio minimizou o fato de apenas uma empresa ter formalizado seu interesse na Sabesp e de que o preço por ação na oferta representa em desconto em relação ao atual.
“É comum em uma oferta pública que vários investidores inicialmente se manifestem, manifestem interesse, e que ao longo desse processo eles acabem desistindo por razões das mais diversas possíveis”, disse.
Ele acrescentou que não se pode considerar apenas a cotação atual do papel da Sabesp, sem considerar a “trajetória” da ação desde os primeiros anúncios sobre uma privatização.
“A gente não pode pegar o valor de tela de hoje e se esquecer da trajetória do valor dessas ações”, afirmou.
“Então vamos lembrar como estavam essas ações no início do ano passado, quando a gente iniciou esse processo, onde é que elas estavam, qual era o patamar das ações em maio do ano passado e onde é que estão chegando hoje.”
O presidente da Sabesp, André Salcedo, informou sobre o início das conversas referentes à modelagem para eventual privatização da empresa em maio de 2023. No período, os valores de fechamento da ação da Sabesp ficavam na faixa dos R$ 44 a R$ 52.
Tarcísio também disse que o montante final da operação irá ultrapassar o estimado em lei orçamentária apresentada no ano passado, de um rendimento de US$ 10 bilhões, considerando a fatia ainda a ser oferta ao mercado mais amplo. “Há uma superação de expectativas”, pontuou.
Resende, por sua vez, reforçou que a possibilidade de abertura de um book com apenas um investidor de referência finalista já era contemplada no prospecto para a privatização.
Neste cenário, detalhou o governo de São Paulo, é aberto um único book para o mercado. “Com a proposta da Equatorial, será aberto ao mercado um único book, no qual serão incluídos a Equatorial e o respectivo preço proposto”, disse o governo estadual em comunicado.
Tanto o governador de São Paulo quanto a secretária estadual estão em Londres para o “roadshow”, iniciado nos Estados Unidos, que busca apresentar o modelo da oferta pública de ações da Sabesp e as próximas etapas do processo de desestatização a executivos de grupos e fundos globais de investimentos.
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