Júri é suspenso após facção impedir saída de réu do Presídio Central
Grupo exigia transferência de presos, que foi autorizada pelo Judiciário. Susepe diz não poder retirar detentos de presídios administrados pela BM.
06/09/2016 20h25 - Atualizado em 06/09/2016 20h25
Uma sessão do Tribunal do Júri em Porto Alegre foi suspensa nesta terça-feira (6) porque uma facção criminosa impediu que o réu saísse da galeria onde estava no Presídio Central. O fato ocorreu pela manhã e o júri foi remarcado para 16 de setembro, como mostra reportagem do RBS Notícias (confira no vídeo).
O preso Arilson de Oliveira seria julgado na 1ª Vara do Júri por dupla tentativa de homicídio quando teve a saída impedida por integrantes do grupo criminoso. O fato foi confirmado pela direção da cadeia.
Segundo a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), os detentos queriam a transferência de presos que também integram a facção e estavam cumprindo pena na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), na Região Carbonífera do estado. No início da tarde, o Judiciário autorizou as transferências dos presos para o Instituto Penal de Charqueadas e para o Presídio Central da capital.
O promotor de justiça Eugênio Amorin manifestou contrariedade à medida da Justiça. "A administração prisional tinha de entrar na galeria, mostrar quem manda, quem comanda, quem ordena e retirar o preso de lá e consultar o preso, se ele especificamente gostaria de vir (à audiência). Se ele dissesse que não, o júri sairia sem ele, porque isso é possível. E se ele dissesse que sim, era conduzido e colocada a coisa em ordem. Aliás, já era para ter sido feito isso, a imposição do poder da lei através do estado, e não permitir que o estado paralelo das facções criminosas determine quem sai, quem entra, quem come, quem não come, quem vai a júri e quem não vai", afirmou Amorin.
A Susepe informou que não há como retirar os presos das galerias nos presídios que não são administrados diretamente pela superintendência,. É o caso do Presídio Central, que fica sob responsabilidade de uma força-tarefa da Brigada Militar. Portanto, conforme a Susepe, o efetivo policial é quem avalia os riscos e a retirada dos detentos. O oficial da BM responsável pela administração do presídio não foi localizado pela reportagem.
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