A Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA) realiza diversas ações socioeducativas, que visam a reabilitação de adolescentes infratores. Ao RDtv, a presidente da instituição, Claudia Carletto, detalha o trabalho que a instituição realiza e qual sua importância na reabilitação de jovens e para a sociedade.
A Fundação CASA é uma instituição do estado de São Paulo que atende jovens e adolescentes que cometeram atos infracionais e funciona como alternativa à privação de liberdade. Ao todo, são 97 centros espalhados pelo Estado de São Paulo, sendo que no ABC são 250 adolescentes atendidos em cinco unidades: Diadema, Mauá, São Bernardo e duas em Santo André. Só em 2024 já passaram pela Fundação cerca de 10 mil adolescentes e atualmente cerca de 2.500 jovens estão internados na instituição.
A lei brasileira considera criança, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e o adolescente aquele entre doze e dezoito anos de idade. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida de crianças e adolescentes.
Para Claudia, o principal motivo que leva um adolescente a cometer um ato infrator, é o descumprimento do ECA, além da situação socioeconômica que aquela criança ou adolescente se encontra, muito dos jovens que estão na fundação CASA, vivem em situação de vulnerabilidade, onde poder chegar até a passar fome.
“O que leva um adolescente a cometer um ato infracional, em muitas vezes, é a situação econômica que ele passa, a situação de vulnerabilidade que sua família passa. Tem muitos casos de jovens que chegam até a fundação, por falta de um prato de comida em sua mesa, não podemos deixar de olhar para essa situação social brasileira”, afirma.
No programa de reabilitação da Fundação CASA, é realizado um atendimento específico com cada adolescente, juntamente com sua família, a partir daí, a instituição constrói um plano de reabilitação específico para cada jovem. “O plano individual leva em conta vários fatores, como, perfil socioeconômico, formação escolar. Vamos construir um plano durante a internação, e entender quais são as etapas que esse adolescente tem que construir até que sua pena seja extinta, vamos entender quais são as habilidades deste adolescente”, diz.
Ao longo deste ano, a Fundação realiza diversas ações socioeducativas, a fim de inspirar os adolescentes. No mês de julho nos dias 17 e 18, os jovens participaram de oficinas promovidas pelo Museu do Café, como parte do projeto “Habitar Significados”. Essas oficinas, realizadas em centros socioeducativos como Santo André II e I, São Bernardo I, Diadema e Mauá, visaram promover reflexão sobre ocupação, habitação e moradia. Durante as atividades, os adolescentes criaram maquetes de casas que representam suas realidades comunitárias, permitindo-lhes refletir sobre suas vidas e aspirações.
No dia 19 de julho, a Fundação CASA Diadema recebeu o adestrador de cães Ronaldo K9, que apresentou o projeto social “The Dog Walker – Caminhando sobre Quatro Patas” aos jovens internados. Durante a palestra, Ronaldo falou sobre sua trajetória e a importância do trabalho com animais, além de ensinar técnicas básicas de adestramento. Após a apresentação, 43 adolescentes participaram de uma oficina prática, onde puderam interagir com os cães e aplicar as técnicas discutidas. A atividade proporcionou momentos de encantamento e aprendizado para os jovens.
No dia 22 de julho, cerca de 20 adolescentes dos centros socioeducativos Fundação CASA São Bernardo I e Santo André II visitaram o Instituto Neymar Jr. O evento incluiu um amistoso de futebol entre os jovens e servidores dos centros. A recepção foi organizada por Lidiane Oliveira, coordenadora do instituto, que também ofereceu um almoço coletivo. Após a refeição, os adolescentes participaram de uma visita guiada pelas instalações do projeto social, localizado em Praia Grande.
Todas essas ações, fazem parte do programa de reabilitação da Fundação CASA, que de acordo com a presidente da Fundação, tem um índice de 80% de efetividade na reabilitação dos jovens para com a sociedade, porém a gestora quer alcançar marcas ainda maiores. “Temos uma taxa de quase 80% de adolescentes que passam pela Fundação e não retornam, esse número é bem bacana, mas queremos aumentar esse índice e chegar aos 90%”, afirma.
O objetivo da Fundação CASA é oferecer um processo educativo e de ressocialização, e não apenas punição. As medidas socioeducativas podem incluir internação, semiliberdade, liberdade assistida e prestação de serviços à comunidade.
A internação na Fundação CASA é uma medida extrema e é aplicada em casos em que outras medidas menos severas são consideradas inadequadas. O tempo de permanência pode variar de acordo com a gravidade do ato infracional e o comportamento do adolescente durante o período de internação.
A entrevista completa de Claudia Carletto está disponível no canal do RDtv no YouTube (link).
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