terça-feira, 5 de março de 2024

Projeto quer dobrar período de internação de adolescentes infratores

 

Proposta também prevê a obrigatoriedade da realização de audiência de custódia

Estadão Conteúdo
Projeto quer dobrar período de internação de adolescentes infratores

Projeto quer dobrar período de internação de adolescentes infratores 

Um projeto de lei que aumenta o prazo máximo para a internação de jovens apreendidos em flagrante para 90 dias está em tramitação na Câmara dos Deputados. A proposta também prevê a obrigatoriedade da realização de audiência de custódia antes da liberação do adolescente que cometeu atos infracionais equiparados a furto, roubo e crimes hediondos.

PL 5992/2023 propõe alterações no Estatuto da Criança e do Adolescente. O ECA estabelece que o menor apreendido pode ficar internado por no máximo 45 dias antes da sentença judicial. A lei também prevê que o jovem pode ser liberado mediante a presença dos pais e a assinatura de termo de responsabilidade, caso o delito não seja grave nem demonstre risco à ordem pública.

De autoria do deputado Doutor Luizinho (PP-RJ), a proposta, em sua justificativa, sustenta que 'ao ampliar o prazo de internação e garantir a realização de audiências de custódia em um prazo determinado, busca-se oferecer uma resposta mais robusta e imediata aos atos infracionais graves' e que seu objetivo não é apenas punir mais severamente os adolescentes, como também 'promover uma justiça mais ágil e eficaz'.

O projeto é baseado no argumento de que o tráfico e o crime organizado utilizam menores de idade para cometer crimes e, por isso, é necessária 'uma ação legislativa efetiva'. Segundo o texto, o sistema de justiça juvenil precisa ser ágil e proporcionar orientação e suporte aos jovens infratores para que eles sejam reinseridos na sociedade 'de forma construtiva'.

Ainda é proposto que em caso de flagrante delito a autoridade policial encaminhe o menor para audiência de custódia, que deverá ser realizada em até 24 horas por um juiz de direito. 'Com essa abordagem, espera-se reduzir a reincidência criminal e contribuir para a segurança pública, preservando os direitos fundamentais dos jovens', aponta o texto.

A proposta será analisada pelas comissões de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família e de Constituição e Justiça e de Cidadania antes de ser discutida e votada em plenário. Se aprovado, o projeto segue para o Senado.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895
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