Reunidos em assembleia no centro da capital paulista, os servidores municipais rejeitaram as propostas do prefeito Ricardo Nunes. “Enorme desrespeito”
Publicado 08/03/2024 - 20h46
São Paulo – Em assembleia realizada nesta sexta-feira (8), servidores municipais de São Paulo decidiram manter o indicativo de greve. Mesmo sob chuva intensa, centenas de trabalhadores compareceram diante da sede da prefeitura, no Viaduto do Chá, região central da capital. Lá, rejeitaram as propostas de reajuste da gestão Ricardo Nunes (MDB). Além disso, decidiram por nova data de greve com outra assembleia no mesmo local, no próximo dia 12, às 14h.
Cerca de 3 mil servidores participaram da assembleia. Todas as propostas das entidades que representam os trabalhadores foram aprovadas por unanimidade. A categoria rejeitou a contraproposta da Prefeitura de 2,16% de reajuste para o funcionalismo municipal. Além da mobilização, para pressionar uma negociação efetiva, a categoria encaminhou o indicativo de greve por tempo indeterminado, que será alvo de apreciação na próxima assembleia.
“Se não tiver proposta digna, vamos parar”, afirmam os servidores. Mesmo com a chuva, após as deliberações, os trabalhadores decidiram marchar até a Avenida Paulista. Lá, eles se somarão ao ato do Dia Internacional de Luta das Mulheres, marcado para as 17h, no vão livre do Masp. “Independente de qualquer coisa vamos para a Paulista unidos. Nada vai impedir a luta da mulher trabalhadora. Vamos juntas e juntos. Dialogar, construir uma luta histórica de unidade”, afirmaram.
Propostas dos servidores
O Sindicato dos Servidores Municipais (Sindsep), uma das entidades que compõem a mobilização conjunta de trabalhadores, assina a proposta original. Eles pedem a reposição da inflação e reajuste linear de 16%. Assim como a garantia do pleno direito às férias, que corre risco, de acordo com o Sindsep, pelo Decreto 62.555, de 2023. Também estão na pauta a quebra do confisco da dedução de 14% dos vencimentos dos aposentados. Além disso, melhores condições de trabalho e saúde, o fim das terceirizações e a nomeação de concursos para fortalecimento da categoria.
“O Fórum de Entidades do Funcionalismo apresentou a pauta unificada de reivindicações do funcionalismo, defendendo com argumentos cada um dos itens (…). Demonstramos que a cidade possui mais de R$ 30 bilhões em caixa, e que em 2023 a despesa líquida com pessoal ficou em 29,98%, muito abaixo do estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal que define como Limite Prudencial 51,30% e como Limite de Alerta, 48,60%. Ou seja, a prefeitura possui os recursos para dar 16% de reajuste linear e incorporar os abonos, só falta vontade política”, afirma o conjunto de entidades, em nota.
Para os sindicatos, a proposta da prefeitura “é um enorme desrespeito”. “Mais do que nunca é necessária a unidade de todas as servidoras e servidores para forçar o governo a apresentar uma nova proposta, que atenda nossa pauta”, completam.
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