O UnitedHealth Group (UHG) anunciou a retomada do processo de venda da Amil no Brasil, desta vez buscando se desfazer de todo o ativo no país. A Amil é uma operadora de planos de saúde e odontológicos com cerca de 5,4 milhões de usuários, uma rede de 31 hospitais (totalizando 4,1 mil leitos) e 28 centros médicos.
O Bank of America Merrill Lynch (BofA) estima que a Amil tenha um valor entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões, excluindo a carteira de planos de saúde individuais, que tem sido um desafio nas tentativas anteriores de venda.
Em 2021, o UHG chegou a oferecer R$ 3 bilhões para um grupo de investidores adquirir cerca de 340 mil contratos de convênio individual e quatro hospitais, mas essa transação foi bloqueada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
A decisão de vender todo o ativo ocorre em um momento em que a Amil registrou mais um semestre com resultados negativos. Nos primeiros seis meses deste ano, a operadora teve um prejuízo operacional de R$ 1,6 bilhão e um prejuízo líquido de R$ 866 milhões.
Grande parte das perdas está relacionada à carteira de planos de saúde individuais, que possui uma taxa de sinistralidade superior a 100% e um agravamento estimado de R$ 150 milhões a R$ 200 milhões por ano.
Em negociações anteriores, o UHG tinha a estratégia de dividir a operação a fim de evitar a desvalorização dos outros ativos, como os hospitais. Entretanto, devido à rejeição da agência reguladora em 2022, à deterioração do desempenho e às condições do mercado brasileiro de saúde, o grupo americano optou por vender toda a operação brasileira para atrair um número maior de interessados.
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