SÃO PAULO
O governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) admitiu que pode haver corrupção entre agentes de segurança que atuam na região da cracolândia, no centro da capital, e disse que denúncias serão investigadas.
"A corrupção infelizmente existe e ela vai ser punida severamente. Quando a gente descobrir o corrupto, nós vamos cortar a cabeça dele. Vamos apurar, investigar e punir", disse ele, defendendo expulsão e prisão de servidores que estejam envolvidos em casos de corrupção.
A Folha mostrou nesta semana que criminosos têm cobrado taxas de comerciantes e moradores do centro para retirar o fluxo de dependentes químicos da porta de estabelecimentos e residências. Segundo um integrante da Polícia Civil ouvido pela reportagem, policiais militares, civis e GCMs atuam na venda de segurança privada na região.
Nesta terça-feira (6), a Prefeitura de São Paulo disse ter afastado sete GCMs por desvios de conduta na região da cracolândia. Todos estão lotados na Iope (Inspetoria de Operações Especiais), unidade responsável pelas ações contra tráfico de drogas e uso de crack em espaço público.
Na semana, em entrevista à rádio BandNews FM, o vice-governador Felício Ramuth (PSD) confirmou que há investigações em curso sobre denúncias envolvendo forças de segurança na região.
O governador falou sobre a cracolândia nesta quinta-feira (8) quando participava do evento de entrega de uma nova composição que vai operar no Sistema de Trens Metropolitanos. Questionado por jornalistas, Freitas defendeu as ações tomadas por sua gestão, e anunciou a ampliação do efetivo de policiais militares na região. "Nós vamos ocupar o centro com 700 homens a mais. Vamos instalar um novo batalhão de polícia, com cinco companhias motorizadas com motocicletas".
Desde o início do ano passado, quando prefeitura e governo estadual iniciaram uma série de ações com o intuito de dispersar a cracolândia, o chamado fluxo deixou de ter ponto fixo e chegou a locais que antes não conviviam diretamente com o problema, ocupando pelo menos oito ruas do centro. Em maio deste ano, a Folha mostrou a rotina de medo dos moradores dessas vias.
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