segunda-feira, 10 de abril de 2023

Polícia penal de SP tem um dos piores salários do País, mostra pesquisa

 


Agentes paulistas recebem R$ 3,5 mil por mês, metade do que é pago aos servidores de Pernambuco, onde há cinco vezes menos detentos

Por Ricardo Chapola 9 abr 2023, 12h55

Um levantamento feito pelo Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional de São Paulo (Sifufesp) aponta que os policiais penais paulistas possuem o terceiro pior salário da categoria em relação ao que é pago em outras regiões do Brasil. Segundo a pesquisa, os agentes de SP recebem por mês R$ 3,5 mil – aproximadamente a metade da remuneração dos servidores de Pernambuco, estado que ocupa a primeira posição do ranking.

A diferença entre as folhas salariais dos policiais penais de SP e de Pernambuco é inversamente proporcional ao que se nota em relação à população carcerária de cada estado. Enquanto os agentes paulistas apresentam salários menores, a população carcerária dessa região é superior a 197 mil detentos – cinco vezes mais que a de Pernambuco, que é de cerca de 32,9 mil. Os paulistas cuidam de 30% da população carcerária do País.

O pior salário da categoria se encontra no estado de Sergipe, onde os policiais penais recebem mensalmente R$ 2,7 mil, de acordo com a pesquisa. Em seguida, vem Rondônia, onde esses servidores têm salário de R$ 3,4 mil. No topo da tabela, abaixo de Pernambuco, aparecem os estados do Maranhão, onde o contracheque desses funcionários é de R$ 7,1 mil, e Tocantins, com salários de R$ 6,6 mil a agentes penais.

As informações reunidas pela entidade tiveram como base os dados fornecidos pelo portal da transparência de cada estado.

O sindicato também sinaliza que São Paulo é um dos poucos estados onde o governo não fornece armamento a policiais penais, muito embora tenham direito a porte de armas. Além de São Paulo, Amazonas e Bahia também passam pelo mesmo problema. “ Muitos policiais gastam o que não podem para comprar uma arma para se proteger e proteger suas famílias, porque o estado fornece o perigo, mas nega a proteção a esses servidores”, afirma o presidente do Sifuspesp, Fábio Jabá.

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