O major da Polícia Militar Edson Alexandre Pinto de Góes, ex-subcomandante do Comando de Operações Especiais (COE), foi expulso da corporação nesta sexta-feira. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro. Ele foi preso em 2014 suspeito de integrar um esquema de corrupção na corporação. À época, R$ 420 mil em espécie foram encontrados na casa do então major, na operação Amigos S.A.

Integrante da quadrilha que arrecadava propinas de comerciantes, mototaxistas e cooperativas de vans em Bangu, o major Edson tinha a missão de controlar todos os comandantes de companhias do 14º BPM (Bangu). A esses comandantes, ele pedia repasses de propinas e valores em dinheiro para que permanecessem em suas funções. O major Edson, segundo as investigações do Ministério Público do Rio (MPRJ), tinha ainda a função de motivar as equipes que estavam nas ruas a aumentar o faturamento da quadrilha.

Ligado diretamente ao coronel Alexandre Fontenelle, ex-comandante do COE e ex-integrante cúpula da PM, o major Edson foi o responsável por colocar no bando o sargento Luiz Fernando Paganini — também denunciado e preso — na organização considerada pelo Ministério Público como uma “grande empresa”. O sargento ficou incumbido de forçar integrantes da cooperativa de vans de Rio da Prata a pagar as propinas. Na denúncia do MPRJ, há a informação de que a ordem do major ao sargento era de que as equipes “batessem nas vans da cooperativa”, forçando-as, assim, a pagar a propina e entrar no esquema.

No processo de expulsão contra o major, chamado de Conselho de Justificação, o MPRJ afirma que, durante a instrução da Sindicância Patrimonial, ele teve diversas oportunidades para esclarecer a origem dos recursos financeiros apontados como incompatíveis aos ganhos seus profissionais. No entanto, nenhuma documentação que comprovasse a origem do dinheiro apreendido à época foi apresentada:

“Consta nos autos que, durante a instrução da Sindicância Patrimonial, o Maj PM Edson teve várias oportunidades para esclarecer a origem dos recursos financeiros angariados e apontados como incompatíveis com seus ganhos na vida profissional, tendo sido cientificado da necessidade de apresentar documentação comprobatória quanto aqueles valores encontrado na sua posse, no momento de sua prisão, e quanto aos créditos de valores ocorridos em suas movimentações financeiras, sendo esses, não declarados. Como não atendeu às convocações, tampouco apresentou documentação que indicasse a 



origem dos recursos movimentados, foi, então, instaurado o presente processo administrativo disciplinar”, diz trecho do documento.

Edson Goés também é corréu — acusado de participação no crime — num processo criminal contra o coronel Alexandre Fontenelle Ribeiro. Fontenelle é acusado pelos crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de bens. Além de Edson, Carlos Alexandre de Jesus Lucas, Nilton João dos Prazeres Neto, Rodrigo Leitão da Silva, Walter Colchone Netto também faziam parte do esquema.

Questionada sobre a demora na expulsão de Edson, a Polícia Militar ainda não se manifestou