Formado por policiais civis, militares e penais, grupo teve os nomes utilizados para a aquisição de 23 pistolas, de calibre nove milímetros, e 22 carabinas. Criminosos são suspeitos de assassinarem um pastor, que desviou dinheiro do crime, em julho de 2020.
Por Felipe Freire e Marco Antônio Martins, g1 Rio
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Capitão Guimarães — Foto: Reprodução
Investigações da Polícia Federal e do Ministério Público estadual do Rio de Janeiro descobriram que a quadrilha comandada por Ailton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, gastou R$ 312,1 mil para adquirir pistolas, de calibre nove milímetros e carabinas.
O bicheiro, preso quarta-feira (7) por suspeita de envolvimento na porte de um pastor foi liberado da cadeia nesta sexta para cumprir prisão domiciliar.
Ao todo foram adquiridas pela quadrilha, segundo os investigadores, 23 pistolas e 22 carabinas. Cada carabina custou pouco mais de R$ 9 mil.
O MP acredita que os policiais funcionaram como "laranjas para que as armas do grupo criminoso pudessem ser compradas", segundo os promotores do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Em escuta telefônica, autorizada pela Justiça, em 11 de dezembro de 2020, o policial civil Alzino Carvalho de Souza, responsável pela segurança do Capitão Guimarães, de acordo com MP, fala sobre a compra do armamento.
"Não é o problema do dinheiro, vê se tu entende, meu problema é porque eu não posso comprar pra mim, então eu vou mandar cada um dos caras que trabalham pra gente irem na tua loja, fazerem todo o processo com você. Então, como é uma quantidade, para o Policial Militar, perante a polícia, pode levantar suspeita, arrumar problema para ele, sindicância. Ah como é que vocês têm dinheiro para comprar duas armas assim e o caramba. Parcelado passa batido, entendeu? Agora, o ideal é que fosse em dez vezes para eles, oito, entendeu? "
Para o Ministério Público, a organização criminosa queria apenas os nomes dos policiais civis, militares e penais para adquirir as armas. A aquisição de grande quantidade de armas em nome de uma pessoa chamaria a atenção das autoridades.
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Kit fuzil encontrado pela Polícia Federal na casa de Capitão Guimarães — Foto: Divulgação/Polícia Federal
A operação Sicários foi deflagrada na quarta-feira (7) pela PF e pelo Gaeco. O Capitão Guimarães é apontado como mandante da morte do pastor Fábio de Aguiar Sardinha, suspeito de desviar dinheiro da quadrilha de Guimarães.
Ao ser preso, em Camboinhas, em Niterói, Região Metropolitana do Rio, os policiais federais encontraram na casa com o Capitão Guimarães, de 81 anos, munições, carregadores e um acessório de arma de fogo de uso restrito.
Guimarães foi preso na quarta-feira (7), mas, nesta sexta-feira (9), a Justiça concedeu um habeas corpus para que ele cumpra a prisão em sua casa.
A PF ainda prendeu o ex-policial militar Deveraldo Lima Barreira, o Barreirinha. O policial civil Alzino Carvalho de Souza está foragido.
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Capitão Guimarães (de terno branco) e o policial civil Alzino Carvalho de Souza — Foto: Reprodução
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