Jovem de 16 anos foi atingido na perna e encaminhado pelo Samu ao Hospital de Base
Um agente à paisana da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) atirou na perna de um adolescente de 16 anos durante uma briga de trânsito, na região do Jardim Botânico (DF), na noite de terça-feira (22).
O caso aconteceu em frente ao condomínio Solar de Brasília. Uma mulher, sem habilitação para dirigir, teria batido a moto no veículo do policial, que naquele momento não estava fardado. A PMDF foi acionada, e o autor dos disparos chegou a segurar a moça pelo pescoço para evitar que ela deixasse o local antes da chegada da polícia.
Os familiares dela tentaram defendê-la da agressão e, durante a briga, o PM efetuou dois disparos, e um atingiu o adolescente — que é irmão da moça — na perna. O Samu foi acionado, a vítima foi encaminhada ao Hospital de Base e os envolvidos foram conduzidos à 30ª Delegacia de Polícia, em São Sebastião (DF).
Ao R7, o advogado Marcelo Almeida, que representa o policial, informou que o militar foi autuado por crime de lesão corporal. Já a moça foi autuada por dirigir sem habilitação, e o pai dela responderá por lesão corporal (contra o policial).
De acordo com o pai da vítima, a família está extremamente abalada com a situação. "Além do tiro na perna do meu filho, o agressor desferiu diversos golpes com a coronha do revólver no meu rosto. Tive vários ossos da face fraturados e estou neste momento no hospital para fazer uma tomografia," contou.
Ainda segundo o pai da vítima, a autuação por lesão contra ele foi injusta. "Como uma pessoa pode ver a própria filha de 18 anos sendo agredida sem fazer nada para protegê-la? Nós vamos entrar com uma ação na Justiça contra o agressor. Meu filho [o adolescente atingido por um dos disparos] fraturou o fêmur e, segundo os médicos, pode ter sequelas pelo resto da vida", revelou o pai da vítima. O homem afirmou ainda que o policial chegou a apontar a arma para outras duas mulheres que filmavam a situação.
Para o advogado do autor dos disparos, o militar agiu em legítima defesa. "Como policial, ele tem porte de arma e só a usou para se defender de três pessoas que investiram contra a integridade dele, na tentativa de impedir que fossem realizados os procedimentos legais em relação a uma motorista inabilitada que teria colidido contra o carro dele. Gostaria de destacar que os disparos só foram realizados após as agressões," disse o advogado.
Em nota, a Polícia Militar do Distrito Federal alega que o caso ocorreu em uma situação de exaltação, quando três pessoas teriam agredido o policial à paisana armado. "Os ânimos se exaltaram e, em meio à confusão, três pessoas iniciaram a agressão ao policial, que, na tentativa de cessá-las e com receio de ter sua arma tomada e utilizada contra si, efetuou dois disparos em direção ao chão, e um veio a atingir o menor de 16 anos na perna", diz a PMDF.
Ainda de acordo com a nota da PMDF, "o policial teve seu veículo apedrejado, no qual se encontrava o seu filho de 9 anos que, a fim de se proteger, saiu do carro e tentou fugir das agressões".
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