quinta-feira, 14 de abril de 2022

Fundação Casa de São Bernardo do Campo cria programa 'Pega que o filho é teu'

 


Desde o início do ano, foram promovidas oficinas para ensinar sobre o cuidado com bebês e palestras para conscientizar os jovens de que a criação de uma criança não é só responsabilidade da mãe, mas também do pai.

Por Profissão Repórter

 


Fundação Casa de São Bernardo do Campo cria programa 'Pega que o filho é teu'

As assistentes sociais da Fundação Casa, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, viram um crescimento significativo dos casos de paternidade precoce entre os jovens que cumprem medida socioeducativa na unidade no fim de 2021.

O que motivou a criação de um programa pioneiro de sensibilização para a paternidade responsável, chamado "Pega que o filho é teu". Desde o início do ano, foram promovidas oficinas para ensinar sobre o cuidado com bebês e palestras para conscientizar os jovens de que a criação de uma criança não é só responsabilidade da mãe, mas também do pai.

Dados da Fundação Casa do Estado de São Paulo mostram que uma parte não tem o nome do pai no RG — Foto: TV Globo/Reprodução
Dados da Fundação Casa do Estado de São Paulo mostram que uma parte não tem o nome do pai no RG — Foto: TV Globo/Reprodução

Profissão Repórter desta terça-feira (12) mostra histórias de famílias que convivem com a ausência paterna. O repórter Chico Bahia, os repórteres cinematográficos Luiz Silva e Silva e Eduardo de Paula e os técnicos Márcio Veloso, Cléber Estevão e Ibrahim Anselmo acompanharam o cotidiano na unidade, investigando como a falta paterna influenciou a vida dos jovens da Fundação Casa de São Bernardo do Campo.

Os adolescentes internados aprendem a trocar fraldas. — Foto: TV Globo/Reprodução
Os adolescentes internados aprendem a trocar fraldas. — Foto: TV Globo/Reprodução

Durante as entrevistas, a equipe se deparou com o seguinte quadro: dos 30 jovens internados, 19 deles não tiveram o pai presente durante a criação.

"Infelizmente a questão paterna é um dado preocupante. E isso que a gente está trabalhando com eles. A gente não quer que esse sofrimento deles mais para frente se reproduza", diz Maria Lígia Vieira, assistente social da Fundação Casa.

Faz parte do trabalho da assistente social visitar as famílias dos jovens que cumprem a medida. A assistente Márcia acompanha de perto o caso de um deles, que já é pai, e agora está no fim da medida socioeducativa. O jovem foi criado pela mãe Edna Ferreira.

A assistente social Márcia visita a família de um dos adolescentes da Fundação Casa. — Foto: TV Globo/Reprodução
A assistente social Márcia visita a família de um dos adolescentes da Fundação Casa. — Foto: TV Globo/Reprodução

Quando a mãe do adolescente, que é faxineira, ficou acamada por conta de um derrame, foram as irmãs mais velhas que assumiram a criação do jovem. Ao longo da vida, ele não contou com a presença do pai, que mora a 300 metros de distância.

"Eu não registrei, porque até hoje estou cheio de problema, mas é meu filho", diz Orlando Matos, pai do adolescente.

O rapaz está há quase 6 meses longe de sua filha, por conta do período de internação na Fundação Casa. Ele afirma que não quer repetir o comportamento do seu pai e faz planos de ser presente na vida da filha e dividir com a mãe a criação da menina.

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