quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Justiça condena a mais de 46 anos de prisão acusado de matar agente em rebelião na Fundação CASA

 

Por g1 Bauru e Marília

 


Agente foi morto durante a rebelião na Fundação Casa em outubro de 2016 em Marília — Foto: Arquivo pessoal

Agente foi morto durante a rebelião na Fundação Casa em outubro de 2016 em Marília — Foto: Arquivo pessoal

A Justiça condenou nesta quarta-feira (6) os quatro réus envolvidos na morte de Francisco Carlos Calixto, agente socioeducativo assassinado durante uma rebelião na Fundação Casa de Marília (SP). O crime aconteceu em outubro de 2016.

Tribunal do Júri foi realizado no Fórum de Marília e começou por volta das 10h desta terça-feira (5) e a sentença só foi proferida por volta das 2h desta quarta-feira.

Foram 16 horas de julgamento e o acusado de matar o agente foi condenado a mais de 46 anos de prisão pelo crime. Outros três foram julgados por envolvimento em três tentativas de homicídio. (Veja os detalhes da sentença abaixo).

Cleberson Willian Veloso que era acusado pelo assassinato do agente foi condenado 46 anos, 11 meses e 15 dias de reclusão por homicídio e três tentativas de homicídio e mais 1 ano e três meses de detenção, em regime inicial fechado, pela fuga e motim na Fundação Casa.

Johnatan Henrique Nogueira terá que cumprir pena de 16 anos, 11 meses e 15 dias de reclusão por duas tentativas de homicídio e 1 ano e 3 meses de detenção, em regime inicial fechado, pela fuga e motim na Fundação Casa.

Já Daniel Vicente Silva de Souza e Mateus Rodrigo Bernardo Ramos receberam uma pena de 15 anos, 7 meses e 15 dias por duas tentativas de homicídio, e 1 ano e 3 meses de detenção, em regime inicial fechado, pela fuga e motim na Fundação Casa.

Entenda o caso

Rebelião na Fundação Casa deixou um agente morto — Foto: Reprodução/TV TEM/Arquivo

Rebelião na Fundação Casa deixou um agente morto — Foto: Reprodução/TV TEM/Arquivo

O caso gerou repercussão na época pela violência dos jovens durante a rebelião. No dia 4 de outubro de 2016, os internos estavam sendo levados de volta para as celas quando um grupo rendeu voluntários de uma igreja e funcionários. Dezoito internos conseguiram fugir pelo muro dos fundos da unidade.

Durante a fuga, eles feriram reféns e mataram o agente. A situação só foi controlada durante a madrugada. Oito internos foram recapturados no dia seguinte, inclusive dois envolvidos na morte de Francisco Calixto.

De acordo com a instituição, os internos seguraram o servidor público, que tentou impedir a fuga. Francisco foi morto com um cabo de vassoura no pescoço.

O agente, que era conhecido pelos amigos como Chiquinho, trabalhava havia 15 anos na Fundação Casa. Familiares e amigos divulgaram mensagens de homenagem ao agente nas redes sociais. Em uma das mensagens, a nora de Francisco comentou o fato da morte dele ter acontecido no mesmo dia que ele fazia aniversário.

Um menor de 17 anos foi identificado como o autor do crime. Ele teria introduzido um cabo de vassoura na garganta da vítima, provocando a morte. O menor confessou em um vídeo gravado para a polícia que o grupo não pensou em matar o agente (veja abaixo).

Adolescente confessa em vídeo para polícia sobre homicídio em rebelião
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Adolescente confessa em vídeo para polícia sobre homicídio em rebelião

“Não era intenção de matar ele não”, afirma o adolescente durante o depoimento. Segundo as investigações, o adolescente na época do crime estava há um ano e meio na Fundação Casa cumprindo medida socioeducativa por roubo. No dia 11 de outubro de 2016, ele fez 18 anos, portanto, no dia crime faltavam 8 dias para ele completar a maioridade.

Família de Francisco publicou nas redes sociais mensagem para agente — Foto: Reprodução/Facebook/Flaviane Soares

Família de Francisco publicou nas redes sociais mensagem para agente — Foto: Reprodução/Facebook/Flaviane Soares

Segundo a corregedoria da Fundação Casa, oito pessoas foram feitas reféns durante a rebelião que começou em um culto religioso, entre elas cinco agentes e três voluntários.

Na época a Fundação Casa informou que os jovens envolvidos na fuga que permaneceram na fundação e os que foram recapturados foram submetidos por uma Comissão de Avaliação Disciplinar (CAD) para determinar as sanções.

A defensoria pública visitou a unidade. Na época da rebelião, a unidade de Marília que tem capacidade para 101 jovens, abrigava 108.

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