I SEMINÁRIO INTERNACIONAL: DIFERENTES OLHARES DO TRABALHO SOCIOEDUCATIVO
Sobre o evento
A ideia deste evento surgiu pela inquietação dos pesquisadores do Laboratório de Proteção e Inclusão Social (LABPROSOCIAL), na busca espaços acadêmicos, para suscitar discussões críticas e aprofundamento sobre a temática da socioeducação.
Ao falar sobre a socioeducação inicialmente nos lembramos das relações jurídicas e práticas institucionais, voltadas à responsabilização do adolescente com autoria de atos infracionais. Entretanto, parece não haver muita clareza e consistência conceitual sobre a socioeducação, que deve compreender processos educativos, direcionados aos adolescentes em conflito com a lei, visando a não reincidência infracional.
De outro lado, esta temática sempre foi procrastinada pelo Estado, a despeito de todos os avanços normativos conquistados nos últimos 30 anos. Debater a socioeducação, pressupõe pensar nos processos educativos que envolvem o sistema de medidas socioeducativas, o sistema de garantia de direitos e a rede de proteção social, além dos avanços e lacunas, que dificultam o processo de inclusão social, dos adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas.
É preciso iluminar e qualificar o debate sobre a socioeducação, conceituando a cultura da paz à luz da promoção da saúde. Para esse desafio, o evento contará com a experiência e conhecimento de pesquisadores europeus, latino-americanos e brasileiros, considerando as singularidades de cada território, permitindo aos participantes a ampliação do olhar sobre diferentes realidades da socioeducação.
No momento tão sombrio da história brasileira, da retração do Estado, de perda de direitos sociais e investimentos públicos, marcados pela Emenda Constitucional 95, é dever de todos educadores e pesquisadores resistirem, para que nossas crianças e adolescentes sejam tratadas como cidadãos de direitos, retomando os preceitos das convenções internacionais dos quais o Brasil é signatário, bem como a Constituição Federal, Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE).
O adolescente infrator será sempre resultado de uma sociedade que descuida das suas crianças e jovens. É preciso terminar esse ciclo de vitimação: a sociedade abandona, cria uma vítima que é a criança, e essa mesma criança cria outras vítimas quando começa a furtar, roubar, violentar, assassinar.
Mário Sérgio Cortella
Laboratório de Inclusão e Proteção Social
(LABPROSOCIAL)
Docentes e pesquisadores
Programa de Pós-graduação em Promoção de Saúde (PPGPS)
Universidade de Franca (UNIFRAN)
Profa. Dra. Regina Célia de Souza Beretta
(Coordenadora do Evento)
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