terça-feira, 7 de setembro de 2021

Adolescente quebra os dois pulsos na Fundação Casa e família faz apelo por cuidados

 

Por G1 Santos

 


Adolescente precisou engessar os dois braços devido a lesão no pulso em Fundação Casa de São Vicente, SP — Foto: Arquivo Pessoal

Adolescente precisou engessar os dois braços devido a lesão no pulso em Fundação Casa de São Vicente, SP — Foto: Arquivo Pessoal

Um adolescente de 17 anos quebrou os dois pulsos após cair de uma beliche na Fundação Casa de São Vicente, no litoral de São Paulo. Desde então, a família tem feito apelo, alegando que o jovem não está recebendo cuidados na unidade e passando por situações que violam sua integridade. Entretanto, questionada pelo G1, a Fundação afirma que ele está recebendo o auxílio necessário (veja a nota abaixo).

A mãe, Ana Lucia de Melo Gomes Dias, de 41 anos, relata que a dificuldade é grande em ver o filho desta maneira sem poder ajudar. "Dificuldade tem, devido aos cuidados. Quem está ajudando são os colegas de quarto. Eles deveriam ter deixado vir para casa, digo para eu cuidar dele, por ser a mãe. É constrangedor para ele, mas não tem opção lá", salienta.

O adolescente foi apreendido por roubo em junho deste ano. No final de agosto, ele teria caído de uma beliche e fraturado os dois pulsos, precisando ficar com os braços completamente engessados. Segundo a defesa, desde então ele não estaria recebendo auxílio e estaria precisando de ajuda dos colegas, todos menores de idade, para atividades básicas como ir ao banheiro, se alimentar e se movimentar em alguns locais da unidade.

A mãe alega que foi permitido que ela vá visitar em mais dias, mas que a rotina do menino fica comprometida devido a tudo que aconteceu. O advogado de defesa, Vitor Carlos Vitorio, informa que entrou com um pedido de desinternação, que foi indeferido pela Justiça no dia 1º de setembro.

Diante disso, ele fez uma denuncia ao Conselho Tutelar e à Comissão da Criança e do Adolescente, montando um relatório sobre o caso para pedir, então, a suspensão da medida socioeducativa com base neste documento. Ele relata que a situação é de constrangimento para o rapaz.

"Tal postura é uma flagrante violação aos direitos e garantias previstas na Constituição Federal. O jovem não tem assegurado o seu direito constitucional à dignidade, respeito e, especialmente intimidade, sofrendo por negligência do Estado", disse o advogado.

O advogado de defesa completa informando que a recuperação acontece em várias etapas. Em até 14 dias ele será submetido a uma avaliação médica, depois passará mais 15 com gesso reduzido, precisando de outra avaliação para aí sim determinar como está a situação dele.

Posicionamentos

G1 entrou em contato com o Tribunal de Justiça de São Paulo e com o Ministério Público para saber se foi recebido o relatório e o que será feito a partir disso, entretanto, não obteve retorno até a última atualização da reportagem. Já a Fundação Casa nega as alegações da família. Confira a nota na íntegra:

"A Fundação Casa informa que o adolescente tem sido acompanhado por uma equipe de enfermagem e recebe todos os encaminhamentos e cuidados possíveis para o cumprimento da medida socioeducativa. Além das orientações constantes de auxiliares de enfermagem e de uma enfermeira, também passa por avaliações e orientações constantes. Da mesma forma, a família vem sendo acolhida e recebe orientações diárias pela equipe que acompanha o adolescente."

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