domingo, 28 de março de 2021

Áudios indicam negociação entre cúpula da Seap e facção suspeita de morte de policiais penais; ouça!


Na tarde deste sábado, 27, vazaram áudios na internet atribuídos a integrantes da facção criminosa “Comando Vermelho”, sediada no Rio de Janeiro, e membros da alta cúpula da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado do Pará (Seap), mostrando uma suposta negociação entre o tenente-coronel Vicente Neto, da Polícia Militar e dirigentes do Comando de Operações Penitenciárias (COPE) com líderes da organização criminosa, presos no Complexo de Americano, em Santa Isabel e em Marituba, região metropolitana de Belém.

A negociação seria para que os criminosos obtivessem facilidades dentro das penitenciárias, como visitas íntimas, quatro refeições diárias, troca de colchões e monitoramento de tornozeleiras eletrônicas. A facção é suspeita de comandar, de dentro das cadeias, as execuções de policiais penais no estado. Foram pelo menos nove assassinatos desde fevereiro do ano passado. 

Ouça os áudios:

 

Os áudios foram encaminhados à comissão de direitos humanos da Ordem de Advogados do Brasil (OAB-PA), que confirmou o recebimento e informou que desconhece a procedência, mas que vai reunir com a presidência da OAB para decidir para qual órgão competente encaminhar as denúncias.

O Sindicato dos Policiais Penais do Estado do Pará (Sinpolden) emitiu Nota Pública de Repúdio ao Governo do Estado, pela omissão no enfrentamento ao crime organizado, que vem matando e atentando contra a vida de policiais penais em todo o Pará. 

O sindicato também pede que o Estado tome providência imediata para proteger a vida dos policiais penais e demais servidores do sistema penitenciário, além de prender os mandantes dos crimes.

Segundo o sindicato, o procurador geral da república, Augusto Aras, na condição de presidente do Conselho Nacional da República (CNMP), será convocado para apurar possíveis omissões do Ministério Público do Pará (MPPA).

Na manhã deste domingo, como resposta aos áudios vazados, agentes prisionais do Centro de Recuperação Penitenciário do Pará I (CRPP I), localizado no Complexo Penitenciário de Santa Izabel, reuniram os presos para dar avisos como “não tem acordo com presos, não tem acordo com pavilhão” e ainda obrigaram os detentos a responderem aos gritos que "quem comanda a cadeia é o Estado". 

 

Portal Roma News entrou em contato com a Seap desde o sábado, mas até o momento não foi respondido



 

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