O ministro, em videoconferência com servidores da CGU, no último dia 31, disse que a informação foi repassada pelo próprio Bolsonaro.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, vai reajustar os salários dos servidores públicos até o fim do seu mandato, em 2022. A informação foi confirmada pelo ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Wagner Rosário.
O ministro, em videoconferência com servidores da CGU no último dia 31, disse que a informação foi repassada pelo próprio Bolsonaro. O reajuste vai de encontro ao proposto pela Reforma Administrativa, ainda em estudo pela equipe econômica do governo.
A Reforma visa diminuir os gastos públicos com servidores, acabar com a progressão automática na carreira e diminuir os salários iniciais dos futuros aprovados em concursos públicos.
O ministro da CGU disse que o presidente tem restrições a assuntos abordados na Reforma Administrativa.
“O presidente falou na reunião: ‘eu queria dar um aumento salarial para os servidores antes de terminar meu mandato, no meu mandato eles não tiveram nenhum aumento”, disse Rosário, conforme informado pelo jornal O Globo.
A reunião
O ministro criticou a forma com que o funcionalismo é tratado publicamente e nas conversas internas do Governo no que se referente ao que vendo proposto pela Reforma Administrativa.
“Quando falaram que os servidores não estão perdendo nada, eu disse: ‘Não estão perdendo nada? Perdi R$ 1.400. Estou pagando quatro mil de previdência e você vem falar que não perdemos nada!’. Falei para um ministro numa reunião”, destacou.
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Para ele, o presidente Bolsonaro tem demonstrado se opor à diminuição dos benefícios dos servidores público.
“Fico tranquilo porque o presidente é completamente contra. O máximo que ele (Bolsonaro) aceitou foi congelar os salários durante dois anos a contar de março” disse o ministro.
Altos salários: Maia diz que ‘Sacrifício é quase nenhum’
Para o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, o mais difícil é passar no concurso. Após isso, segundo ele, os salários crescem gradativamente com as progressões automáticas. “O sacrifício é quase nenhum”, disse Maia.
Além disso, Maia falou do cargo de Policial Legislativo, do Senado Federal. De acordo com ele, em oito anos, um aprovado no concurso já consegue atingir o teto salarial.
Atualmente, o limite de remuneração na Administração Pública Federal é referente aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o que equivale hoje a R$39.293.
“Como as coisas são automáticas, o grande desafio é passar no concurso. O grande desafio é a pessoa ser policial legislativo. Depois de passar no concurso, sai do salário inicial de R$14 mil e, em oito anos, está no teto”, disse o presidente da Câmara durante reunião virtual da frente parlamentar mista da Reforma Administrativa no dia 23 de julho.
O presidente da Câmara defende que seja feita uma regulamentação no valor do teto salarial do serviço público. Para ele, é necessário que aconteça um diálogo com todos os setores para encontrar uma solução e acabar com o chamado os ‘supersalários’.
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Hoje, como alguns ganhos não são submetidos ao teto salarial, há funcionários públicos que ganham mais do que os ministros do STF.
Desde 2016, já está em trâmite no Congresso Nacional o projeto de lei 6726/2016 , que redefine o que deve e o que não deve ser submetido ao teto remuneratório do funcionalismo.
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