Maior parte das regiões do estado permanece ou retorna à fase vermelha, a mais restritiva. Capital paulista e cidades do ABC poderão reabrir bares, restaurantes e salões de beleza. Atualizações foram divulgadas pelo governo nesta sexta (26).
Por G1 SP — São Paulo
Governo de SP prorroga quarentena até 14 de julho; SP e ABC avançam para fase amarela
O governo de São Paulo prorrogou a quarentena no estado até o dia 14 de julho. O anúncio foi feito no início da tarde desta sexta-feira (26), pelo governador João Doria (PSDB), em coletiva de imprensa para divulgar a atualização das flexibilizações nas cidades, conforme o plano de recuperação econômica.
"Nós vamos anunciar hoje o sexto período da quarentena, que começa no dia 29 de junho e vai até o dia 14 de julho. Estamos completando 100 dias de quarentena no próximo dia 1º de julho", disse Doria.
Pela nova classificação, a capital paulista e 14 municípios da Grande São Paulo passam para a fase amarela e poderão abrir restaurantes, bares e salões de beleza.
A liberação, porém, só deve ocorrer a partir do dia 6 de julho, conforme recomendação do Centro de Contingência para o coronavírus.
Presente na coletiva, o prefeito Bruno Covas (PSDB) disse que seguirá a orientação, e que os estabelecimentos só serão autorizados a reabrir após confirmação da cidade na fase amarela e assinatura dos protocolos com os setores.
"A recomendação dada pelo Centro de Contingência é que, apesar de o município estar agora na fase amarela, a gente esperar uma semana. Portanto, a classificação que nós teremos na sexta-feira da semana que vem, para que o município possa abrir aquilo que a fase amarela permite", disse Covas.
A reclassificação para a fase amarela também permite aos shoppings da capital paulista funcionarem duas horas a mais por dia. Porém, a prefeitura afirmou que o funcionamento por 6h também deverá acontecer somente após o dia 06 de julho.
As cidades da fase amarela terão autonomia para para decidir a data da liberação, mas o governo acredita que os gestores municipais seguirão a recomendação do comitê de saúde estadual.
"Eu conversei com representantes dos dois consórcios, do ABC e do sudoeste, eu entendo que sim, eles devem acompanhar, mas isso cabe a eles. Aproveito a pergunta para fazer esse apelo para que a gente possa seguir com cautela essa retomada na Grande São Paulo", disse o secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi.
Interior vermelho
A maior parte do estado, entretanto, retorna ou permanece na fase vermelha, a mais restritiva. A secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, defendeu que tal cenário está de acordo com as projeções feitas pela gestão estadual.
"No interior, como era era esperado, nós temos, sim, uma presença e um crescimento muito importante da epidemia que se traduz aqui tanto no número de casos, como de internações e de óbitos, e é por isso que está sendo feito um trabalho muito grande para o controle da pandemia e pra melhoria da capacidade hospitalar", disse a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen.
As regiões de Araçatuba, Rio Preto, Sorocaba e Bauru retornaram à fase vermelha. Marília, Ribeirão Preto, Presidente Prudente e Registro não avançaram e seguem, também, com autorização para o funcionamento apenas dos serviços essenciais.
Regiões rebaixadas para a fase vermelha:
- Araçatuba
- Rio Preto
- Sorocaba
- Bauru
- Franca
Permanecem na fase vermelha:
- Marília
- Ribeirão Preto
- Presidente Prudente
- Registo
Fase Laranja
- Barretos
- Parte da Grande SP
Amarela
- Embu
- Embu-Guaçu
- Itapecerica da serra
- Juquitiba
- São Lourenço da Serra
- Taboão da Serra
- Vargem grande paulista
- Diadema
- Mauá
- Ribeirão pires
- Rio grande da serra
- Santo André
- São Bernardo do Campo
- São Caetano do Sul
- São Paulo
Dados da capital
O avanço para medidas menos restritivas ocorre na semana em que a capital paulista teve recorde de 19 mil novos casos de coronavírus diários, na última quarta-feira (24). A gestão municipal justificou o número por uma correção do acumulado semanal após instabilidade em sistema do Ministério da Saúde.
Desde o início da semana, o governo sustenta que a epidemia na cidade está em fase de controle e que o interior se tornou epicentro da doença no estado, superando a capital em número de novos casos. Entretanto, conforme mostrado pelo G1 nesta sexta, o estado contabiliza 25 mil casos de Covid-19 a menos na cidade de SP que prefeitura. Paulo Menezes, membro do Centro de Contingência, afirmou que a diferença deveria ser investigada em conjunto entre as equipes municipais e estaduais e corrigida.
A discrepância, no entanto, continuou aparecendo na apresentação da coletiva desta sexta-feira (29) que contou com a participação tanto da gestão estadual quando a municipal. Pelos dados do governo estadual, a capital apresentou melhora em ocupação de leitos de UTI e variação no número de mortes - critérios que têm mais peso na conta - e foi reclassificada na fase amarela.
Sobre a discrepância de 25 mil casos apontada pelo G1, a secretária de Desenvolvimento Social Patrícia Ellen afirmou que seriam "dados duplicados" que o estado corrige em seu balanço.
"Se falou de uma diferença de informação de casos entre o número do estado e da capital de cerca de 25 mil casos. Eu gostaria de lembrar que o estado recebe informações de todos os municípios, mas ele faz uma calibragem, uma limpeza desses dados, então todas as duplas contagens que são realizadas entre sistemas são eliminadas no cruzamento das informações do Sivep gripe e do e-SUS VE. Isso é feito desde o início da pandemia. Esse número não muda a classificação de nenhuma região porque o delta de casos do nosso numero calculado com relação ao delta de casos da capital é muito parecido", disse a secretária.
Na sequência, no entanto, o prefeito Bruno Covas apresentou na mesma coletiva os dados referentes à capital atualizados até o dia 25 de junho. Segundo a prefeitura, a cidade de São Paulo possui 142.750 casos confirmados de Covid-19 e 6.792 mortes confirmadas. Os dados do estado no mesmo período apontam para a capital 17.311 casos confirmados e 6.794 mortes. Ou seja, a diferença de casos confirmados nas duas bases de dados subiu para 25.439.
Plano São Paulo
Para começar a reabertura do estado em 1º de junho o governo dividiu o território de acordo com as 17 Divisões Regionais de Saúde (DRS). A Grande São Paulo foi subdividida em outras 6 regiões, uma para a capital e outras 5 para cada grupo de cidades da região metropolitana. A flexibilização da quarentena é feita de modo diferente em cada uma dessas regiões.
Os cinco critérios que baseiam a classificação das regiões são:
- ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs);
- total de leitos por 100 mil habitantes;
- variação de novas internações, em comparação com a semana anterior;
- variação de novos casos confirmados, em comparação com a semana anterior;
- variação de novos óbitos confirmados, em comparação com a semana anterior.
O critério que tem maior peso na classificação de cada região é a variação de novas internações (peso 4), seguido pela taxa de ocupação de UTIs (peso 3). Especialistas criticaram o plano quando ele foi lançado, pois discordam do peso diferente e das notas de corte de cada critério.
Esses critérios definem em qual das cinco fases de permissão de reabertura a região se encontra:
- Fase 1 - Vermelha: Alerta máximo
- Fase 2 - Laranja: Controle
- Fase 3 - Amarela: Flexibilização
- Fase 4 - Verde: Abertura parcial
- Fase 5 - Azul: Normal controlado
De acordo com a fase cada região pode liberar a abertura de diferentes setores da economia fechados pela quarentena. Veja na tabela abaixo o que pode abrir em cada etapa:
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