segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Vejam quem são as pessoas que morreram no baile funk em Paraisópolis


  • Saiba quem são as vítimas:
    • Marcos Paulo Oliveira dos Santos, de 16 anos
    Marcos Paulo, de 16 anos, foi a primeira vítima da confusão em Paraisópolis a ser reconhecida neste domingo (1) — Foto: Arquivo PessoalMarcos Paulo, de 16 anos, foi a primeira vítima da confusão em Paraisópolis a ser reconhecida neste domingo (1) — Foto: Arquivo Pessoal
    Marcos Paulo, de 16 anos, foi a primeira vítima da confusão em Paraisópolis a ser reconhecida neste domingo (1) — Foto: Arquivo Pessoal
    A primeira vítima a ser reconhecida foi Marcos Paulo Oliveira dos Santos. Ele tinha 16 anos, era estudante e morava no Jaraguá, Zona Norte de São Paulo. De acordo com a família, foi a primeira vez que Marcos foi ao baile funk de Paraisópolis. A família não sabia que ele tinha ido ao baile. Ele disse para a avó que ia comer uma pizza com os amigos.
    A família fez o reconhecimento do corpo na tarde deste domingo no Instituto Médico Legal (IML) Zona Sul.

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    Mãe de adolescente morto em Paraisópolis não sabia que filho tinha ido a baile funk
    • Dennys Guilherme dos Santos Franca, de 16 anos
    Dennys Guilherme morreu em confusão em baile funk neste domingo (1) — Foto: ReproduçãoDennys Guilherme morreu em confusão em baile funk neste domingo (1) — Foto: Reprodução
    Dennys Guilherme morreu em confusão em baile funk neste domingo (1) — Foto: Reprodução
    O adolescente Dennys Guilherme dos Santos Franca havia feito um post em uma rede social afirmando que estava no baile funk.
    "Hoje eu tô inspirado, vou mandar o magrão de esquina a esquina e dar um tapa na cabeça da sua vó, não quero saber de nada, meninas hj o pai vai tá online, vou surfar mais que o Medina", postou.
    Dennys Guilherme postou em rede social que estava no baile em Paraisópolis na madrugada de domingo (1) — Foto: ReproduçãoDennys Guilherme postou em rede social que estava no baile em Paraisópolis na madrugada de domingo (1) — Foto: Reprodução
    Dennys Guilherme postou em rede social que estava no baile em Paraisópolis na madrugada de domingo (1) — Foto: Reprodução
    • Denys Henrique Quirino da Silva, de 16 anos
    Denys Henrique Quirino da Silva é uma das vítimas que morreu após ação da PM na comunidade de Pasarisópolis — Foto: Arquivo Pessoal/Redes sociaisDenys Henrique Quirino da Silva é uma das vítimas que morreu após ação da PM na comunidade de Pasarisópolis — Foto: Arquivo Pessoal/Redes sociais
    Denys Henrique Quirino da Silva é uma das vítimas que morreu após ação da PM na comunidade de Pasarisópolis — Foto: Arquivo Pessoal/Redes sociais
  • começaram a reconhecer neste domingo (1º) os corpos das nove vítimas que morreram na madrugada em uma confusão durante um baile funk na comunidade de Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo. Segundo a Polícia Civil, o tumulto ocorreu durante uma perseguição policial.

  • Mateus dos Santos Costa, de 23 anos
Mateus dos Santos Costa, morto após tumulto durante durante perseguição policial em baile funk em Paraisópolis  — Foto: Arquivo pessoalMateus dos Santos Costa, morto após tumulto durante durante perseguição policial em baile funk em Paraisópolis  — Foto: Arquivo pessoal
Mateus dos Santos Costa, morto após tumulto durante durante perseguição policial em baile funk em Paraisópolis — Foto: Arquivo pessoal
Baiano, Mateus dos Santos Costa se mudou para São Paulo há 15 anos. Ele era solteiro e morava sozinho em Carapicuíba, na Grande São Paulo, perto da casa do irmão, com quem trabalhava vendendo produtos de limpeza. Mateus costumava frequentar baile funk em Paraisópolis. Os pais e outros dez irmãos dele ainda moram na Bahia. O corpo do rapaz foi reconhecido por parentes nesta segunda (2).
  • Bruno Gabriel dos Santos, de 22 anos
  • Eduardo Silva, de 21 anos
  • Luara Victoria de Oliveira, de 18 anos
Nesta madrugada, quatro corpos que foram levados para o IML Central foram liberados, mas dois ainda permaneciam lá. Os demais corpos foram para o IML Sul.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, 12 pessoas foram hospitalizadas após o tumulto. Na noite deste domingo (1°), uma mulher continuava internada.

A confusão

Paraisópolis é a segunda maior comunidade da cidade, com 100 mil habitantes. De acordo com a polícia, agentes do 16º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M) realizavam a Operação Pancadão quando foram alvo de tiros disparados por dois homens em uma motocicleta.
A dupla teria fugido em direção ao baile funk ainda atirando, o que provocou tumulto entre os frequentadores do evento, que tinha cerca de 5 mil pessoas.
Adolescente ficou ferida na cabeça após confusão em Paraisópolis — Foto: Arquivo pessoalAdolescente ficou ferida na cabeça após confusão em Paraisópolis — Foto: Arquivo pessoal
Adolescente ficou ferida na cabeça após confusão em Paraisópolis — Foto: Arquivo pessoal
No entanto, a mãe de uma adolescente de 17 anos que estava no local e que foi agredida com uma garrafa disse que os policiais fizeram uma emboscada para as pessoas que estavam no baile.
A jovem ferida durante a confusão descreveu o momento em que foi atingida. "Eu não sei o que aconteceu, só vi correria, e várias viaturas fecharam a gente. Minha amiga caiu, e eu abaixei pra ajudá-la", afirmou.
"Quando me levantei, um policial me deu uma garrafada na cabeça. Os policiais falaram que era para colocar a mão na cabeça."

'Apuração rigorosa'

O governador João Doria (PSDB) lamentou as mortes e pediu "apuração rigorosa" do episódio. O Ouvidor das Polícias, Benedito Mariano, afirmou que "a PM precisa mudar protocolo".
A diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, Carolina Ricardo, afirmou em entrevista à GloboNews que a polícia tem de prestar contas do que ocorreu "sem medo de assumir um erro caso tenha havido".
Vídeos que circularam nas redes sociais mostraram a ação da PM em Paraisópolis durante a madrugada na madrugada deste domingo. Assista abaixo:

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Vídeo mostra ação da PM em baile funk em Paraisópolis

Dados de Paraisópolis

  • 2ª maior favela de São Paulo e 5ª maior do Brasil
  • 10 quilômetros quadrados de área
  • 100 mil habitantes
  • 21 mil domicílios
  • 12 mil moradores analfabetos ou semianalfabetos
  • 31% da população é composta por jovens de 15 a 29 anos, portanto mais vulneráveis à carência de emprego e oportunidades
  • 42% das famílias têm mulheres como responsáveis
  • Renda média de 87% dos chefes de família é de até 3 salários mínimos
  • 21% da população que tem emprego atua no comércio local
  • Aproximadamente 10 mil comércios locais
  • Grande crescimento nos últimos anos
  • Grandes empresas ingressando no mercado local
  • 12 escolas públicas (estaduais e municipais), uma Escola Técnica Estadual (Etec), um Centro Educacional Unificado (CEU), três unidades básicas de saúde (UBS) e uma unidade de Assistência Médica Ambulatorial (AMA)
Mapa da comunidade Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo — Foto: Amanda Paes/G1Mapa da comunidade Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo — Foto: Amanda Paes/G1
Mapa da comunidade Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo — Foto: Amanda Paes/G1

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