terça-feira, 2 de abril de 2019

Uniforme de policiais terá câmeras


Uniforme de policiais terá câmeras

Projeto piloto iniciado na Capital, que prevê o artefato na farda, será implantado na área do 21o Batalhão, em Vicente de Carvalho
Objetivo é reduzir casos de violência em operações em comunidades carentes, além de aumentar a qualidade das provas judiciais
Os uniformes dos policiais militares que atuam em Vicente de Carvalho, em Guarujá, podem ganhar mais um recurso no combate à violência. Além da tarjeta com a patente e o nome do oficial, a vestimenta terá uma câmera de alta definição que grava as ações de policiamento.
A iniciativa tem por objetivo reduzir casos de violência e aumentar a qualidade das provas judiciais e vem de projeto piloto realizado no batalhão que atende a região do Capão Redondo e Jardim Angela, em São Paulo.
Além de quatro batalhões na Capital e um na região de Sorocaba, na Baixada Santista o contemplado nesta primeira fase será o 21º Batalhão, que atua também em Cubatão e Bertioga.
“Para as escolhas das áreas foram levados em conta o índice de vulnerabilidade social, que faz com que possamos trazer resultados mais rápidos para esses locais”, explica o gerente responsável pelo projeto, o tenente-coronel Robson Cabanas Duque.
Ocomandantedo21ºBatalhão, o tenente-coronel Luiz Fernando Stefani,ainda não sabe quando o efetivo da 2ª Companhia, composta hoje por 112 homens, vai receber as câmeras. “Mas vejo isso com ótimos olhos, pois traz mais transparência e confere legalidade da ação do policial”.
Cabanas está finalizando o estudo que será apresentado para o Comando-Geral da Polícia Militar até o final deste mês. A intenção é que para esta fase mil equipamentos sejam distribuídos aos policiais que estão em ação nas ruas.
O oficial estima que o investimento inicial para a compra das câmeras e demais equipamentos no primeiro ano custe entre R$ 5 milhões e R$ 8 milhões.
Dois meses
Com o aval dos superiores, depois do processo burocrático de aquisição dos equipamentos, ele acredita que eles podem estar em uso em dois meses, pois toda a estrutura de utilização e regras já estarão definidas.
O sistema não permite que o policial apague, edite ou compartilhe o vídeo, que seria um arquivo sigiloso, protegido por lei, apenas apresentado a pedido da Justiça. A única ação possível para o militar seria desligar ou ligar o equipamento.
Pelas normas do estudo, a câmera seria acionada em toda ocorrência que fosse originada pelas ligações para o Centro de Operações da PM (Copom), em ações planejadas em comunidades.
“Ele não ligaria quando estivesse, por exemplo, parado, em patrulhamento, numa delegacia ou na rotina do seu serviço. Não existe polícia com câmeras ligadas 24 horas, pois isso acabaria arruinando o relacionamento com a comunidade”, avalia o oficial.

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