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terça-feira, 11 de dezembro de 2018
Ladrões que mataram PM de Batatais após explodir empresa de valores são condenados a quase 500 anos de prisão
Ladrões que mataram PM de Batatais após explodir empresa de valores são condenados a quase 500 anos de prisão
Tarcísio Wilker Gomes foi morto durante fuga da quadrilha; quatro homens foram condenados a penas individuais de até 123 anos
Melissa Toledo - Editora de Conteúdo | 11/12/2018 | 13:56
Cabo da PM era batataense e morreu aos 43 anos durante o trabalho | Foto: Reprodução
As condenações somadas de quatro dos ladrões que participaram do mega-assalto à unidade da Prosegur, empresa de transporte de valores com sede em Ribeirão Preto, em 5 de julho de 2016, chegam a 481 anos de prisão. A sentença dos envolvidos no crime, que resultou em um prejuízo de R$ 51,2 milhões e duas mortes, foi expedida pelo Juízo da 2ª Vara Criminal de Ribeirão.
Uma das vítimas fatais é o policial militar batataense Tarcísio Wilker Gomes, 43, que trabalhava no dia do roubo e foi morto pelos assaltantes durante a fuga da quadrilha.
A Justiça considerou os quatro acusados culpados pelos crimes de organização criminosa armada, por cinco crimes de latrocínio (roubo com uma morte causada e quatro tentativas de mortes) e por crime de incêndio com morte, além de receptação de um colete balístico (furtado durante crime em banco meses antes) e pela posse de fuzil, munição e dinamite, apreendidos dias depois em cofre de um veículo utilizado pelos assaltantes.
Suas penas foram ainda aumentadas porque a Justiça levou em conta que alguns crimes de explosões e disparos em via pública deveriam ser considerados parte dos crimes de latrocínio.
Identificados como líderes da quadrilha, dois homens de Ribeirão Preto foram condenados a mais de 121 anos de pena cada, além de multa.
Um empresário de Viradouro (SP), que está foragido e foi identificado como financiador do grupo, recebeu a sentença de 123 anos de prisão e multa.
A investigação identificou ainda que o grupo obteve informações internas da empresa que viabilizaram o roubo e que as mesmas foram passadas por um funcionário da própria Prosegur. Este homem recebeu pena de mais de 116 anos.
PENA PELA MORTE DE BATATAENSE
Segundo documento do Núcleo do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de Ribeirão Preto, o crime de latrocínio consumado que vitimou fatalmente o cabo da Polícia Militar Rodoviária Tarcísio Wilker Gomes, 43, recebeu a pena máxima de 30 anos.
A sentença manteve os réus presos e confirmou a prisão preventiva do empresário foragido.
O CRIME
O silêncio e a calmaria da madrugada do dia 5 de julho de 2016 foram rompidos por explosões sequenciais, rajadas de tiros -segundo a Polícia, de pistolas e metralhadoras de grosso calibre e outras armas capazes de atravessar veículos blindados e até derrubar aeronaves- e um cheiro de pólvora que impregnou a região do bairro Campos Elíseos e demorou a se dissipar.
Faltava pouco para o dia amanhecer quando um grupo deu início a um crime cinematográfico, marcado pelo maior tiroteio já registrado na região, que terminaria em tragédia.
Com arsenal característico de guerra, entre 20 e 40 pessoas invadiram uma unidade da Prosegur, empresa especializada em segurança e transporte de valores, roubaram R$ 51,2 milhões e deixaram como “troco” um rastro de destruição.
Durante a fuga da quadrilha, Gomes foi morto após ser alvejado na cabeça. Parte do grupo seguiu pela rodovia Anhanguera, no sentido Ribeirão Preto/Jardinópolis, e próximo ao anel viário do quilômetro 321 atacaram a viatura da Polícia Rodoviária em que o policial trabalhava.
Ele chegou a ser socorrido à unidade de emergência do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, mas não resistiu.
Seu corpo foi velado e enterrado em Batatais na tarde do mesmo dia com honrarias militares.
Gomes morava em Batatais e era lotado no 3º Batalhão de Polícia Militar Rodoviária e estava havia 14 anos na Polícia Militar - 13 deles, no Policiamento Rodoviário.
DESFECHO
Dos R$ 51,2 milhões roubados, menos de R$ 200 mil foram apreendidos com os investigados e restituídos à empresa durante o processo.
Diversos veículos blindados utilizados no assalto, que haviam sido furtados, roubados ou financiados em nomes de laranjas, foram devolvidos aos proprietários.
Seis meses após o crime, a empresa de transporte de valores desativou a unidade que foi assaltada no bairro Campos Elíseos e transferiu sua base para o Parque Industrial Lagoinha, na zona leste de Ribeirão Preto
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