terça-feira, 18 de setembro de 2018

Número de greves no Brasil caiu 25% em 2017, segundo o Dieese




Número de greves no Brasil caiu 25% em 2017, aponta Dieese

No ano passado, foram realizadas 1.566 paralisações no país, sendo que 16% delas duraram mais de 10 dias.

Por G1
 

Em 2017, foram registradas 1.566 greves no país, o que representa uma queda de 25% na comparação com 2016, segundo balanço anual divulgado nesta terça-feira (17) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Greves no Brasil
2.0932.0931.5661.5662016201705001000150020002500
Fonte: Dieese
Segundo o levantamento, das 1.566 greves ocorridas no ano passado, 814 foram promovidas por trabalhadores do setor público e 746 por trabalhadores da esfera privada.
Em tempo de duração, 54% das greves (839) foram encerradas no mesmo dia em que foram deflagradas e cerca de 16% (244) alongaram-se por mais de 10 dias.
Segundo o Dieese, 81% das greves realizadas em 2017 incluíam itens de caráter defensivo na pauta de reivindicações, sendo que mais da metade (56%) referia-se a descumprimento de direitos.
A exigência de regularização de vencimentos em atraso (salários, férias, 13º ou vale salarial) esteve presente na pauta de 44% e foi a principal reivindicação. Na sequência, aparece o pedido de reajuste de salários e pisos, presente em 32% das paralisações.
Greve dos Correios em 2017 durou 17 dias — Foto: Tatyana Jorge/G1Greve dos Correios em 2017 durou 17 dias — Foto: Tatyana Jorge/G1
Greve dos Correios em 2017 durou 17 dias — Foto: Tatyana Jorge/G1
De 570 greves (36% do total anual) sobre as quais o Dieese conseguiu reunir informações sobre o desfecho, 78% tiveram algum êxito no atendimento às suas reivindicações, segundo o balanço.
Apesar da queda do número de greves no ano passado, o Dieese destaca que o número ainda é bastante superior aos registrados antes de 2013, quando o patamar variava ao redor de 500 greves por ano.
"Os reveses no mercado de trabalho, com o aumento do desemprego e o recuo nos números do trabalho formalizado, certamente têm impacto negativo na disposição do trabalhador para a greve, especialmente na esfera privada. Entre os servidores públicos, por outro lado, a crise fiscal do Estado tem funcionado como um incentivo à deflagração de greves", afirma o Dieese no relatório

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