CORREIOS VÃO FECHAR 513 AGÊNCIAS E DEMITIR 5,3 MIL TRABALHADORES
O grupo Correios pretende contribuir com o aumento do desemprego no Brasil ao declarar que irá fechar 513 agências e demitir 5.300 trabalhadores; O ex-presidente da Estatal Guilherme Campos afirma que o número de demissões poderá ser ainda maior, caso a empresa não consiga arcar com as dívidas trabalhistas; A estatal pretende economizar R$ 190 milhões com a ação
5 de Maio de 2018 às 11:30 // Inscreva-se na TV 247
247 - O grupo Correios pretende intensificar a taxa de desemprego no Brasil ao declarar que irá fechar 513 agências e demitir 5.300 trabalhadores, segundo informações da colunista Andreza Matais, do Estadão. A proposta foi aprovada em fevereiro pela comissão diretora da empresa, mas mantida em sigilo há meses.
Em Minas Gerais, das 20 agências mais rentáveis, 14 encerrarão suas atividades. Já em São Paulo, 167 agências fecharão as portas.
O ex-presidente da Estatal Guilherme Campos afirma que o número de demissões poderá ser ainda maior, caso a empresa não consiga arcar com as dividas trabalhistas. O grupo pretende economizar R$ 190 milhões com a ação.
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Paulo Moreira Leite
PAULO MOREIRA LEITE
Paulo Moreira Leite é colunista do 247, ocupou postos executivos na VEJA e na Época, foi correspondente na França e nos EUA
CIRO BATE NO PT PORQUE QUER ATACAR A PREVIDÊNCIA
Para quem demonstrou uma respeitável postura de lealdade e firmeza quando o governo Lula enfrentou as denúncias covardes da AP 470, o mensalão, a atitude agressiva de Ciro Gomes na campanha presidencial até surpreende.
Os ataques fazem sentido, porém, diante da entrevista do economista Mauro Benevides Filho, publicada no Estado de S. Paulo deste domingo. O palavreado agressivo, mal-educado, de Ciro Gomes contra Lula, Glieisi e o PT, tem a utilidade de encobrir uma política econômica abertamente conservadora, prejudicial a maioria da população.
São propostas que projetam um país sem estímulos ao crescimento, no qual os compromissos destinados a agradar ao setor financeiro permanecem como prioridade. Responsável pelo programa econômico de Ciro, Benevides explica que o candidato defende uma reforma da Previdência, com mudanças típicas em linha de continuidade com as ideias de Temer-Meirelles que o Congresso preferiu arquivar no início de 2018, pelo receio da fúria do eleitorado.
"Se não alterar o regime de repartição, todo governo será molestado com isso", argumenta o economista de Ciro. A idéia é assim. Mantem-se o atual sistema de repartição, pelo qual todos contribuem com uma porcentagem mensal de seus ganhos, para receber, na aposentadoria, um pensão que hoje tem um teto máximo de R$ 5,6 mil reais. A partir dessa faixa, de R$ 5,6 mil, cria-se um sistema de capitalização individual, pelo qual cada um abre uma caderneta poupança e vai depositando seu dinheiro até o momento de pegar o boné.
Resultado: enquanto aqueles que tem maior renda reservam os ganhos mais altos para si, em contas individuais, a aposentadoria dos mais pobres ficará esvaziada. O problema é que é justamente nessa redistribuição, que retira das faixas mais altas para alimentar as mais baixas, que se encontra um dos pontos de equilíbrio de um sistema vigor há várias gerações. Pela proposta-Ciro, começará a faltar recursos para o conjunto da Previdência e, obviamente, a carga mais pesada irá para os mais pobres.
Não é só. O economista de Ciro anuncia a recriação da CPMF, aquele imposto criado pelo doutor Adib Jatene para garantir o financiamento do SUS. Seria uma ótima ideia, que defendo neste espaço desde que o Senado, numa decisão criminosa, em 2009, decidiu não renovar o chamado imposto do cheque. O problema é finalidade.
Em vez de garantir a saúde pública, como na versão original, o projeto Benevides-Ciro quer usar a CPMF "com a finalidade exclusiva para o pagamento da dívida pública". Tradução: enquanto a população seguirá enfrentando as carências estruturais de recursos de um sistema público que é uma conquista inegável, o sistema financeiro pode dormir o sono dos justos porque os pagamentos da dívida serão feitos em dia.
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Falando sobre estatais, Benevides é impiedoso: "o Brasil tem 144 estatais. O grosso poderá ser privatizado." Num país com 13 milhões de desempregados, sem a menor perspectiva de crescimento com a manutenção da atual política econômica, os repórteres Renata Agostini e Douglas Gavras perguntam se a melhor saída não é promover o crescimento da economia, mencionando o economista do PT, Márcio Pochmann. "Discordo. O primeiro passo é fazer o ajuste. Disso não abrimos mão", diz Henrique Meirelles, quer dizer Mauro Benevides Filho.
Parece a reprise de muitos filmes, não é mesmo?
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