Facções criminosas já atuam nos centros socioeducativos do Ceará, alerta juiz
Segundo o juiz da 5ª Vara da Infância Juventude, Manuel Clístenes, os adolescentes também são divididos por facções criminosas dentro dos centros
Além de dominarem alguns bairros de Fortaleza, as facções criminosas também estão presentes nas unidades socioeducativas do Ceará, segundo o juiz da 5ª Vara da Infância Juventude, Manuel Clístenes.
Os Centro Educativo Patativa do Assaré, no bairro Ancuri, e no Centro Socioeducativo Cardeal Aloísio Lorscheider, no Planalto Ayrton Sena, são as unidades onde a situação é mais crítica. As informações são da Rádio Tribuna Band News FM.
Assim como nas penitenciárias tradicionais, os jovens são distribuídos conforme a facção a qual pertence. Na visão do juiz, a medida aconteceu após a ocorrência de diversas ameaças, lesões corporais e tentativas de homicídios dentro das unidades.
“Recentemente, tivemos uma tentativa de homicídios, vários casos de lesões corporais. O clima está bastante intenso”, detalha Manuel.
Os casos não afetam apenas os jovens, mas também os familiares. Por esse motivo, exigem que os adolescentes sejam separados para evitar a ocorrência de crime. Para Clístenes, os cuidados redobrados foram adotados para evitar qualquer ocorrência extrema. Essa situação impede a realização de atividades coletivas, como aulas, como é o caso do Centro Aloísio Lorscheider. “Muitos deles estão nesse sistema desde os 12 anos, então já estão comprometidos com as facções”, ressalta.
O titular da Superintendência do Sistema Estadual do Sistema Socioeducativo, Cássio Franco, por sua vez, aponta a existência da interferência do crime organizado nos jovens, mas descarta a atuação e o domínio dessas facções dentro dos centros socioeducativos.
“A grande questão não é a presença dessas facções dentro dos centros, mas sim o temor que essas organizações causam nos bairros onde os garotos moram e, portanto, são forçados a realizarem ameaças e medidas de repressão dentro dos centros”, acredita.
O titular também acrescenta que as unidades dividem os jovens conforme os bairros que moram e que as atividades são realizadas de forma coletiva. “A gente começou a deixar essa divisão que ocorresse dentro dos centros. E isso só é possível com a identificação do perfil individual dos jovens, para saber se ele está envolvido com o crime organizado ou uma consequência por uma ameaça dessas questões”, afirma.
No caso de vínculo dos jovens com facções e ameaças externas, o superintendente afirma que o setor de inteligência da Secretaria de Segurança Pública realiza investigações. No mês de novembro de 2017, quatro adolescentes foram retirados à força do Centro Semiliberdade Mártir Francisca, no bairro Sapiranga, e mortos em seguida. A ação foi associada às facções criminosas
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