domingo, 8 de outubro de 2017

Candidato descobre inscrição de ex-secretária e pede suspensão de concurso

Candidato descobre inscrição de ex-secretária e pede suspensão de concurso
Segundo autor do pedido, ex-adjunta de Gestão participou de elaboração de edital e escolha de banca organizadora
GILSON NASSER
Da Redação
delegado.jpg

Um advogado que prestará o concurso de delegado da Polícia Civil, que terá início neste domingo (07), ingressou com pedido de liminar junto a Vara de Ação Civil Pública e Ação Popular de Cuiabá requerendo a suspensão do certame. O pedido de liminar deve ser apreciado nas próximas horas e a prova pode até não acontecer.
A principal fundamentação para o pedido é de que o certame estaria com “cartas marcadas”. Ele cita como fato principal para a suspeita as inscrições da ex-secretária-adjunta de Gestão, Divanete Dias da Silva Ribeiro, e da assessora técnica da pasta Eluana Rodrigues Veloso.
Segundo a representação, ambas teriam participado da elaboração do edital e do processo de contratação da Cespe UNB como banca organizadora do concurso.
“No momento em que foi contratada a banca Cespe UNB, ambas eram ocupantes de cargos de grande relevância na Seges. E só foram exoneradas no dia 5/9/2017, véspera da prova que vai ocorrer dia 8/10/2017”, diz a representação.
O candidato ao cargo de delegado aponta ainda que existem, pelo Brasil afora, denúncias de irregularidades em concursos organizados pela Cespe. Ele ainda faz questionamentos sobre a idoneidade do certame diante das inscrições das ex-servidoras públicas. 
“Como pode uma adjunta, secretária de Estado, que participou de todas as reuniões e contratação, até mesmo, de forma indireta, ter ajudado a elaborar o edital, hoje participar como candidata do certame”, questionou.
O advogado ainda solicita a suspensão da prova prevista para este domingo, para evitar questionamentos que resultem em sua anulação. “Caso essa prova ocorra no dia 08/10/2017, da forma como está no edital, ocorrerá chuvas de liminares, logo, isso trará prejuízos aos candidatos, principalmente os que de outros Estados cogitam virem, pois terão custos elevadíssimos de deslocamento e hospedagem”, assinala.
REPRESENTAÇÃO NO MPE
Irregularidades no edital do referido concurso também já resultaram em representações no Ministério Público Estadual. Uma representação apontou privilégios a policiais que prestarem o concurso.
O artigo questionado prevê que servidores da carreira de policial civil ganharão um ponto a mais por cada ano trabalhado na pontuação final da prova de títulos. Ele afirma que a regra beneficia “agentes públicos da instituição por já serem policiais civis”.
“Se o poder público que está realizando o concurso público no mínimo o que nós candidatos esperamos e o mínimo de transparências e uma prova onde seja aprovado de fato quem estudou para o cargo e está apto para serem aprovados, fato este que fica obscuro, mostra e sim beneficiando agentes públicos da instituição por já serem policiais civis”, diz a representação do candidato

Nenhum comentário:

Postar um comentário