A Vara da Infância e Juventude de Araraquara determinou que o adolescente de 14 anos responsável pela morte de Júlia Peixoto Machado, de 13, deve continuar em internação compulsória por tempo indeterminado.
Com isso ele, que responde por infrações análogas à feminicídio e estupro, deve continuar nas dependências da Fundação Casa.
O corpo de Júlia foi encontrado no dia 10 de outubro com diversas facadas no terreno do antigo Shopping Tropical, na Vila Melhado.
A defesa do adolescente disse que ainda deve analisar com a família se irá entrar com recurso para recorrer da aplicação da medida socioeducativa ou não.
Entenda o que é uma medida socioeducativa
Diferente do julgamento de uma pessoa com maioridade, a Justiça tem 45 dias para aplicar uma sanção de medida socioeducativa (equivalente à condenação). Além disso, nesses casos, o menor infrator não responde um “crime”, e sim uma “infração ou contravenção penal”.
O adolescente responsável por assassinar Júlia ficará internado – recluso de sua liberdade na Fundação Casa – e será reavaliado por psicólogos forenses e assistentes sociais a cada seis meses, tendo a possibilidade de ser liberado ou não até completar 18 anos.
Relembre o crime
No dia 9 de outubro, Júlia foi deixada por uma van na porta da E.E. Professor Augusto da Silva Cesar, mas não entrou para assistir aula.
Ela e um colega que seria seu namorado, faltaram da aula e se encontraram no antigo Tropical Shopping, local conhecido pela presença de usuários de entorpecentes.
Após o sumiço da adolescente, família, amigos e professores se mobilizaram em uma campanha para encontrá-la.
Diante da proximidade com a unidade escolar, a Polícia Militar – no dia seguinte ao sumiço de Júlia – realizou uma primeira diligência no antigo shopping. De acordo com a investigação, um usuário de drogas teria relatado ter visto os dois adolescentes no local.
A princípio, o menor que mora no bairro do Melhado negou ter visto a colega, mas caiu em contradições diversas vezes e confessou o crime. Na sequência, ele levou os policiais civis até um local de difícil acesso dentro do shopping, onde o corpo foi localizado.
Ao delegado, o adolescente disse inicialmente que a vítima havia se suicidado, mas recuou, confessou ter esfaqueado diversas vezes a colega e alegou “impulsividade”.
O menor afirmou ainda que manteve relação sexual consensual com a vítima. A garota foi encontrada seminua e com diversas perfurações pelo corpo, além de marcas de autodefesa.
O menor foi apreendido e está na Fundação Casa. O delegado concluiu o inquérito como ato infracional equiparado aos crimes de feminicídio e estupro.
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