Motoristas e cobradores de ônibus aprovaram na madrugada de hoje a paralisação do transporte público na segunda-feira (6) em São Paulo. Segundo o Sindmotoristas (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo), a "categoria decidiu pela greve, pois não houve evolução nas negociações salariais."
A aprovação da greve aconteceu em assembleia nas garagens às 4h, o que atrasou a saída de ônibus de 13 viações, segundo a SPTrans, que informou que às 5h15, os ônibus voltaram a circular e às 6h, a operação já estava normalizada e sem atrasos decorrentes da interrupção. A SPTrans disse ainda que as empresas responsáveis pelas linhas serão autuadas pelas viagens não realizadas no início da manhã.
Valdevan Noventa, presidente do Sindmotoristas, criticou a postura do setor patronal durante a decisão.
"Os empresários e o Poder Público insistem em uma proposta salarial vergonhosa, que já foi rejeitada", opinou. "Eles usam o conflito na negociação salarial para atingir seus objetivos. A prioridade é resolver com a Prefeitura os atrasos no repasse dos subsídios, usando os trabalhadores como massa de manobra".
Em nota, o Sindmotoristas afirmou que sabe do transtorno que a greve pode causar na cidade, "mas conta com a compreensão e apoio da população aos condutores que lutam pela valorização dos seus direitos."
Já a SPTrans informou na nota publicada na manhã de hoje que obteve decisão liminar na Justiça do Trabalho, na noite de ontem, 31 de maio, determinando "a manutenção de 80% da frota operando nos horários de pico e 60% nos demais horários, sob pena de multa diária de R$ 50 mil".
A SPTrans afirma que acompanha as negociações trabalhistas entre os operadores de ônibus e as empresas concessionárias e espera que haja entendimento entre as partes e que a população de São Paulo não seja prejudicada.
O impasse entre a categoria e as empresas que operam o transporte na capital paulista gira em torno do reajuste salarial.
O sindicato patronal SPUrbanuss (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo) teria proposto reajuste de 10%, abaixo do percentual pleiteado pelos motoristas.
A SPUrbanuss afirmou ontem ao UOL que tem "intenção de manter as negociações, buscando solucionar o impasse com a categoria dos trabalhadores e evitar qualquer problema na prestação dos serviços de transporte urbano, essenciais à mobilidade da população".
"Qualquer decisão sobre reajuste na tarifa cobrada dos passageiros pagantes é de exclusividade da Prefeitura de São Paulo", acrescenta a nota.
Reivindicações
Veja quais são as reivindicações requeridas pelos trabalhadores de ônibus de São Paulo:
- Reajuste Salarial de 12,47%, mais aumento real; Vale Refeição de R$ 33,00 (unitário);
- Equiparação de todos os benefícios para os trabalhadores e trabalhadoras das empresas do sistema complementar (empresas novas);
- Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) de R$ 2.500,00;
- Fim das escalas com uma hora para refeição sem remuneração;
- Reajustes nos valores dos benefícios: Auxílio Funeral, Seguro de Vida, Convênio Médico e Odontológico etc;
- Adequação das nomenclaturas do Plano de Carreira do Setor de Manutenção, equiparação salarial e promoção para funcionários e funcionárias Fora de Função.
*Com informações da Agência Estado
14 Comentários