transição paulistana
Doria afirma que servidores de SP não terão reajuste salarial em 2017
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ARTUR RODRIGUES
DE SÃO PAULO
08/11/2016 00h04
O prefeito eleito João Doria (PSDB) afirmou nesta segunda (7) que não haverá aumento dos salários dos servidores municipais em 2017.
"Neste ano não teremos [aumento]. Não tem condição", disse Doria, ao ser questionado sobre reajuste ao funcionalismo, no programa "Roda Viva", da TV Cultura.
Doria disse que explicaria aos servidores "falando a verdade". Ele também disse que vetará aumentos para si próprio e para vereadores.
Avener Prado/Folhapress

O prefeito eleito de São Paulo, João Dória (PSDB), comemora resultado das urnas da capital paulista
Além da pressão de vereadores, Doria deverá enfrentar ameaças de greves de vários setores. Embora o tucano não detalhado isso em sua fala, a indicação é de que nem a reposição inflacionária nos salários dos servidores deverá ocorrer.
Em mais uma medida que faz parte de seu projeto de corte de custos, ele afirmou que a CGM (Controladoria Geral do Município) perderá status de secretaria. Uma das marcas da gestão Fernando Haddad (PT), a pasta foi responsável pela descoberta da máfia do ISS e recuperação de valores milionários para os cofres municipais.
Ele afirmou que a CGM é "uma boa medida" e que vai prosseguir. "Ela será digitalizada, para que possa ter denúncias encaminhadas 24 horas por dia."
Doria também falou sobre seu programa de concessão de parques, que terá o parque Ibirapuera como modelo. Segundo o prefeito eleito, haverá cobrança de estacionamento a partir de 2017.
"Os serviços dentro do parque serão cobrados. Você quer utilizar estacionamento, vai pagar. Não é justo [usar o estacionamento sem pagar]", disse. Hoje, no Ibirapuera, já é cobrado Zona Azul.
Na área da segurança, ele prometeu intensificar a operação delegada (bico oficial da PM), que perdeu força no governo de Haddad. "Já fizemos reuniões com as associações comerciais e os agrupamentos dos núcleos, por exemplo, na região do Brás, onde eles vão subvencionar parte desse custo da operação delegada, para que possam ter novamente os policiais e GCM fazendo o que devem fazer ", disse.
O tucano disse também que idosos e gestantes terão prioridade em seu programa Corujão da Saúde, que prevê utilizar a iniciativa privada durante a noite para zerar a fila de exames na cidade no período noturno.
Questionado se acha correto que esse tipo de público tenha se deslocar de noite para fazer o exame, ele disse que "o que não é razoável é uma gestante esperar dez meses para fazer um exame pré-natal."
Sobre a política habitacional, Doria disse que dialogará com movimentos sem-teto. No entanto, afirmou que eles não atuarão na secretaria -na gestão Haddad, parte desses grupos ganhou cargos na gestão.
POLÍTICA
Doria voltou a afirmar que não concorreria à reeleição, mas não descartou concorrer ao governo estadual. "Nunca disse que não seria [candidato ao governo]", disse.
O tucano admitiu ter sido beneficiado pelas regras das últimas eleições a respeito do financiamento de campanha, que vetavam dinheiro de empresas, mas não criavam limite para autodoações.
"Nem considero isso um processo justo. Quem tem pode financiar a campanha e quem não tem?", disse. "No meu caso, me beneficiou flagrantemente."
Ele defendeu a existência de um teto e também da volta da doação empresarial, com limites estabelecidos pela Justiça